O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta sexta-feira, da inauguração do Complexo de Energias Boaventura da Petrobras em Itaboraí, no Rio de Janeiro. O antigo Comperj – que teve sua trajetória prejudicada pela Lava Jato – é composto pela maior unidade de processamento de gás natural (UPGN) do País, parte do Projeto Integrado Rota 3 (PIR3), e receberá gás do pré-sal da Bacia de Santos.
O PIR3 vai viabilizar o escoamento de até 18 milhões de m³/dia e o processamento de até 21 milhões de m³/dia de gás pela UPGN e, com isso, aumentar a oferta de gás natural para o mercado nacional, reduzindo a dependência de importações.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, frisou que o Complexo de Energias Boaventura vai aumentar a produção de derivados do Rio de Janeiro em 50%, a partir de um investimento de R$ 20 bilhões. “Nós vamos passar de 240 mil de capacidade instalada para 360 mil barris por dia. Vamos construir duas termelétricas, diversas unidades de processamento. Isso aqui é muito grandioso. É tão grandioso quanto todo esse terreno. Para quem dizia que a gente reinjetava muito gás, que a gente precisava investir mais em gás, que a gente precisava fazer mais pela indústria brasileira consumidora de gás, nós estamos trazendo 21 milhões de metros cúbicos de gás do pré-sal para a costa. Isso aqui é muito mais do que uma unidade de processamento de gás natural”, finalizou.
Na visão do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a inauguração do Complexo disponibilizará gás natural para a produção de fertilizantes, petroquímicos e outros setores que dependem desse insumo na sua cadeia produtiva. “O Gasoduto Rota 3 tem 355 quilômetros de extensão e capacidade para escoar até 18 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. E é a prova que o Brasil voltou para o caminho certo. A Petrobras voltou para o caminho que nunca deveria ter saído”, detalhou.
Termelétrica também fará parte
Além do gasoduto implantado para o escoamento de gás natural e da UPGN, a Petrobras está trabalhando em outros projetos no Complexo, como duas termelétricas a gás para participação nos leilões previstos pelo setor elétrico, e prevê construir outras unidades de refino para produção de combustíveis e de lubrificantes.
Segundo Lula, o Brasil não pode ser apenas exportador de commodities, é necessário aprender a colocar valor agregado no que é produzido dentro do país. “Esse país tem que ser exportador: exportador de conhecimento, de inteligência, de coisas científicas e tecnológicas mais apuradas”, pontuou.
Complexo homenageia Convento São Boaventura
O novo nome do Comperj é uma homenagem à história da região metropolitana do Rio de Janeiro, em referência ao Convento São Boaventura, que está localizado dentro da unidade. Ele é considerado uma das primeiras construções da região conhecida atualmente como Município de Itaboraí. As ruínas do convento foram conservadas pela companhia.
Após a conclusão das obras de todo o Complexo, o conjunto de unidades terá capacidade aproximada de produzir 12 mil barris por dia (bpd) de óleos lubrificantes de Grupo II, 75 mil bpd de diesel S-10 e 20 mil bpd de querosene de aviação (QAV-1). A planta vai operar em sinergia com a Refinaria Duque de Caxias (Reduc).