O presidente Lula pediu a Donald Trump que retire as tarifas de até 40% sobre as exportações brasileiras e as sanções contra altos funcionários, em uma ligação telefônica na qual foi mantida a “boa química” que tiveram em Nova York. A ligação foi iniciativa de Trump.
O Planalto destacou o “bom tom” da conversa que durou meia hora e na qual os dois líderes relembraram a boa impressão que tiveram um do outro há poucos dias na Assembleia Geral das Nações Unidas.
“Lula descreveu o encontro como uma oportunidade para restaurar as relações amistosas de 201 anos entre as duas maiores democracias ocidentais”, disse a Presidência, em nota na qual informou que ambos os líderes trocaram números pessoais para ter “comunicação direta”.
Lula também lembrou a Trump que o Brasil é um dos três países do G20 com os quais os EUA mantêm um superávit na balança de bens e serviços e pediu que ele retirasse as sanções e restrições que impôs a alguns altos funcionários, como no caso de Alexandre de Moraes.
Por fim, os dois concordaram em se encontrar em breve. Lula propôs essa possibilidade na cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia, no final de outubro, ou na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, em Belém, em novembro.
Enquanto Trump não aceitar o convite, Lula expressou sua disposição de viajar para os EUA.
Em sua rede Truth Social, Trump postou: “Esta manhã, tive uma ótima conversa telefônica com o presidente Lula, do Brasil. Discutimos muitos assuntos, mas o foco principal foi a economia e o comércio entre nossos dois países. Teremos novas discussões e nos encontraremos em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Gostei da conversa — nossos países se darão muito bem juntos!”
Avaliação de presidente estadunidense caiu entre julho e setembro
A aprovação do governo Trump continua em queda entre os brasileiros, de acordo com a última Pesquisa Pulso Brasil Ipespe. No levantamento de setembro, a avaliação positiva do presidente norte-americano caiu três pontos percentuais desde julho, passando de 33% para 30%. Se considerarmos os últimos quatro meses (maio a setembro), a queda foi de 6%.
A diferença entre os que desaprovam Trump (61%) e os que aprovam (30%) chegou a 31%, a maior até aqui. Os dados do atual recorte foram concluídos antes do encontro de Trump com Lula na Assembleia Geral da ONU.
A pesquisa também estratifica a percepção sobre o governo Trump entre diferentes orientações políticas, mostrando que 20% dos eleitores de direita o desaprovam e 68% ainda aprovam sua gestão, apesar das sanções comerciais anunciadas pelos EUA contra o Brasil. Entre os eleitores de esquerda, 97% desaprovam a gestão de Trump. No recorte social, a desaprovação é maior entre os mais pobres e a classe média (61%, o mesmo índice da média nacional).
A Pesquisa Pulso Brasil Ipespe foi realizada entre os dias 19 e 22 de setembro, tendo como objetivo identificar a percepção do noticiário político entre os eleitores brasileiros. O levantamento ouviu em todo o país 2.500 pessoas, com idade a partir de 16 anos.
Com informações da Europa Press
Matéria atualizada às 13h45 para incluir post de Trump
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