O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a Advocacia-Geral da União (AGU) solicitará a revisão do processo de privatização da Eletrobras. O governo Bolsonaro realizou a venda de ações da estatal do setor elétrico até que o governo deixasse de deter os 60% dos papéis e ficasse somente com 45%.
Durante café da manhã com a mídia alternativa, no Palácio do Planalto, Lula definiu o processo como “errático” e “lesa-pátria”. “Foi feito quase que uma bandidagem para que o governo não volte a adquirir maioria na Eletrobras. Nós, inclusive, possivelmente o advogado-geral da União vai entrar na Justiça para que a gente possa rever esse contrato leonino contra o governo”, afirmou.
Além de ir na contramão do mundo e ameaçar a gestão estratégica da energia no Brasil, a forma de privatização fez com que o governo abrisse mão do controle sem receber um ágio, como é normal. O ex-senador e ex-governador Roberto Requião alertou que os donos do grupo 3G Capital – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira – estão por trás da privatização e passaram a dar as cartas na Eletrobras. O grupo comandou a Americanas, que está em recuperação judicial após revelação de sérios problemas na contabilidade. O ex-senador defendeu que Lula reestatize a companhia.
“Tanto na participação acionária – nós queremos ter mais gente na direção, mais gente no conselho – quanto esse negócio de que você não pode comprar porque você vai pagar três vezes mais caro. Isso é uma coisa irracional, maquiavélica, que não podemos aceitar”, assinalou Lula.
Após a posse, o presidente Lula assinou um documento em que se comprometia a não privatizar nenhuma das grandes empresas públicas, incluindo Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e Correios.
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