Lula: protecionismo reforça importância de novas formas de pagamento no Brics

Presidente Lula reforçou pautas do Brasil no Brics, entre elas a busca por novas formas de pagamento

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Mauro Vieira, Lula e Celso Amorim na reunião dos sherpas do Brics
Mauro Vieira, Lula e Celso Amorim na reunião dos sherpas do Brics (foto de Ricardo Stuckert, PR)

A presidência brasileira do Brics neste ano reforçará sua vocação por um mundo multipolar e relações menos assimétricas, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira, durante a reunião dos principais negociadores (chamados de sherpas) do grupo multilateral, em Brasília.

O presidente brasileiro revisou em seu discurso os objetivos da presidência brasileira do Brics: governança global, contribuição para aprimoramento do sistema monetário e financeiro internacional, cooperação em saúde, mudanças climáticas, comércio e investimentos, inteligência artificial e desenvolvimento institucional.

“A atual escalada protecionista na área de comércio e investimentos reforça a importância de medidas que busquem superar os entraves à nossa integração econômica. Aumentar as opções de pagamento significa reduzir vulnerabilidades e custos. A presidência brasileira está comprometida com o desenvolvimento de plataformas de pagamento complementares, voluntárias, acessíveis, transparentes e seguras.

Ele ressaltou a necessidade de todos trabalharem juntos pela paz e pela reforma da arquitetura de segurança multilateral, dizendo que “recorrer ao unilateralismo mina a ordem internacional”.

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“Quem aposta no caos e na imprevisibilidade está se afastando dos compromissos coletivos que a humanidade precisa urgentemente assumir. Negociar com base na lei do mais forte é um atalho perigoso para a instabilidade e a guerra”, frisou, no que pode ser considerado uma indireta a Donald Trump.

Lula também considerou que a cooperação em saúde é urgente no Sul Global, razão pela qual a presidência brasileira do Brics propõe o lançamento de uma associação para a eliminação de doenças tropicais negligenciadas. “Sabotar o trabalho da Organização Mundial da Saúde (OMS) é um erro com consequências graves”, disse Lula da Silva, em outra indireta aos EUA.

Ele também se referiu à necessidade de aprimorar o sistema monetário e financeiro internacional, afirmando que “a atual escalada do protecionismo na área de comércio e investimentos reforça a importância de medidas que busquem superar as barreiras à nossa integração econômica”.

Ele disse que o grupo deve assumir a tarefa de colocar o Estado novamente no centro dos debates para “construir uma governança justa e equitativa” sob os auspícios da Organização das Nações Unidas (ONU).

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É a primeira vez que o Brics se reúne no Brasil em seu formato ampliado, com países-membros e parceiros. “É uma satisfação receber a Indonésia como mais recente membro pleno e a todos os demais membros e parceiros”, disse Lula.

O presidente brasileiro também pediu uma ação coordenada para garantir o sucesso da atual presidência sul-africana do Grupo dos 20 (G20) e da presidência brasileira da COP30 das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ocorrerá em novembro deste ano no Brasil.

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