O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na manhã desta terça-feira, no Palácio do Planalto, o economista e governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof. Lula estava acompanhado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do assessor especial Celso Amorim. Durante a conversa, de cerca de 80 minutos, trocaram impressões sobre a economia argentina e seus desafios presentes, em particular a recessão, o aumento do desemprego e da pobreza e a desindustrialização.
Kicillof é o principal líder da oposição ao governo do presidente argentino Javier Milei, que desde que assumiu o poder, em dezembro de 2023, não manteve nenhuma reunião formal com o presidente brasileiro. Milei realizou uma viagem a Santa Catarina, ignorando Lula. Ao receber o governador de Buenos Aires, o presidente brasileiro dá o troco.
Lula e Kicillof também a respeito do cenário político da Argentina, sobre a atuação do peronismo e suas perspectivas e sobre as relações entre as diferentes correntes ideológicas. Trataram ainda da conjuntura socioeconômica da província de Buenos Aires, que concentra grande parte da população e da atividade econômica da Argentina, e sobre os desafios ligados ao quadro recessivo.
Kicillof frisou, nesse sentido, a importância das relações econômicas da província com o Brasil. Comentou igualmente sobre a reunião mantida na manhã desta terça-feira com o vice-presidente Geraldo Alckmin, em que conversaram sobre comércio e investimentos.
O presidente Lula comentou sobre o cenário geopolítico da América do Sul e os desafios por que passa o processo de integração regional, após os avanços alcançados durante seus primeiros dois mandatos. Ressaltou, ainda, a importância da continuidade dos diversos projetos de investimentos de empresas brasileiras no país vizinho.
O governador de Buenos Aies elogiou Lula, destacando o seu papel no Brics (bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de 4 países admitidos este ano) e a sua política pragmática de relacionamento com governos de diferentes signos ideológicos. “Lula desempenha um papel importante no Brics (…) Nesse sentido, ele nos ilumina e nos dá uma perspectiva de possibilidades que não são simplesmente alianças ligadas a posições políticas e ideológicas, mas ao que é melhor para o país”, disse Kicillof.
Com Planalto e Agência Xinhua
