Retomar os investimentos na indústria naval brasileira como forma de alavancar o setor e gerar empregos e tecnologia no País. Essa é a iniciativa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira durante o início das obras de dragagem do Canal de São Lourenço, em Niterói (RJ).
Segundo Lula, o desassoreamento de trecho da Baía de Guanabara, entre a Ilha da Conceição e a Ponte Rio-Niterói, vai aumentar de sete para 11 metros a profundidade (calado) do local, permitindo o aumento da função operacional dos estaleiros, o estímulo a novas construções de embarcações e a movimentação do setor de reparos e manutenção. A previsão é que sejam gerados cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos.
“Quero que vocês tenham certeza que a gente vai recuperar a indústria naval brasileira, porque não é possível um país do tamanho do Brasil, [onde] 90% de todo o comércio é feito através do mar, não tem sentido a gente ter déficit comercial na balança, por conta de que nossos produtos são exportados e comprados em navio de bandeira estrangeira. É verdade que pode ser mais barato alguns centavos, pode ser mais barato alguns dólares, mas o fato da a gente alugar um navio lá fora, a gente não vai gerar emprego aqui, a gente não vai criar pequenas e médias indústrias, a gente não vai ter componentes nacionais. Significa que a gente vai trazer um produto mais barato, mas o povo vai estar desempregado e não vai poder comprar o produto que vai vir pra cá. Por isso, é necessário gerar emprego, porque a renda gera consumo e o consumo gera desenvolvimento”, disse Lula.
Os ministros Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), além do ministro da Pesca e Aquicultura substituto, Carlos Mello, acompanham o presidente.
A obra soma R$ 157 milhões em investimentos, sendo R$ 137 milhões provenientes da Prefeitura de Niterói e R$ 20 milhões da Companhia Docas do Rio de Janeiro, empresa pública ligada ao Governo Federal.
Lula ainda lembrou que, durante os dois primeiros mandatos, entre 2003 e 2010, o setor saltou de 3 mil empregos para 86 mil, com a reabertura de estaleiros nos estados do Rio de Janeiro, do Espírito Santo, na Bahia e em Pernambuco.
O Porto de Niterói prevê mais de 30% de aumento nas atracações e nos serviços portuários após a dragagem do Canal de São Lourenço. Seus terminais oferecem suporte completo para módulos de plataformas e equipamentos de produção de petróleo e gás.
Terminal Pesqueiro
Outro projeto será desenvolvido na mesma região: a revitalização do Terminal Pesqueiro de Niterói, por meio de acordo para a municipalização do espaço. Após a conclusão da dragagem do Canal de São Lourenço, a intenção é que o terminal se torne um entreposto de pesca, também beneficiando o setor marítimo e gerando emprego e renda.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, junto com o presidente da PortosRio, Francisco Martins e o prefeito do Niterói, Axel Grael, assinartam o contrato de compra e venda de imóvel do antigo Terminal Pesqueiro.
O novo terminal vai atender a indústria da pesca de todo o Rio de Janeiro, bem como irá colocar a cidade de Niterói entre as principais, no país, em captura, exportação e distribuição em grande escala de pescado industrial.
Investimentos
O Governo Federal vem ampliando os investimentos nos portos do país para fortalecer o setor. A meta para este ano é alcançar a marca de R$ 2 bilhões.
“Importante destacar que saímos de 2022 de R$ 690 milhões de investimentos e, nesse ano de 2024, nossa perspectiva é chegar a R$ 2 bilhões em investimentos públicos, a exemplo de dragagens, requalificação de moles, estruturando nossos portos públicos e os delegados”, explicou Silvio Costa Filho.
A carteira de investimentos previstos em portos entre 2024 e 2026 é de R$ 78,5 bilhões. Além disso, há a previsão de R$ 6 bilhões em investimentos no Túnel de Santos-Guarujá.
Com informações da Agência Brasil e do Planalto.