Lula: relações civilizadas com EUA independem do vencedor da disputa

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Lula em entrevista à CBN (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Lula em entrevista à CBN (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira, que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de desistir da candidatura à reeleição foi pessoal porque somente ele sabia das suas reais condições, mas garantiu que as relações entre Brasil e Estados Unidos continuarão a ser “civilizadas”, independentemente do vencedor da disputa presidencial.

“À medida que o presidente Biden resolveu tomar posição, o meu papel é torcer para que eles (democratas) escolham um candidato ou uma candidata que dispute as eleições, e que vença aquele que for o melhor, aquele (em) que o povo americano for votar”, disse Lula em entrevista a agências internacionais de notícias no Palácio da Alvorada.

“Porque o meu papel não é escolher presidente dos Estados Unidos, o meu papel é conviver com quem é o presidente dos Estados Unidos. Então seja um candidato democrata, seja o Biden, seja o Trump, a nossa relação vai ser uma relação civilizada de dois países importantes que têm uma relação diplomática de séculos e que a gente quer manter. E que temos parcerias estratégicas importantes com os Estados Unidos, nós queremos manter”, afirmou.

Melhor para a democracia

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Biden anunciou, na tarde deste domingo (21), que estava desistindo de concorrer à reeleição, em meio a fortes questionamentos sobre suas condições de vencer a disputa contra o republicano Donald Trump e cumprir um eventual segundo mandato.

Segundo a Agência Brasil, antes do anúncio de Biden, Lula havia defendido, em pelo menos duas oportunidades, a reeleição do democrata como o melhor para a democracia, e chegou a chamar Trump de mentiroso. Agora, disse esperar que as eleições norte-americanas sejam civilizadas. “Espero que a disputa se dê da forma mais civilizada possível. Espero que não tenha baixo nível. Espero que não tenha nada que possa colocar o símbolo da democracia em risco”, afirmou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se nesta segunda feira com o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair. De acordo com a Presidência da República, a conversa, que ocorreu no Palácio do Planalto, teve duração de 45 minutos. No encontro, os dois conversaram sobre a proposta de reunir líderes de governos democráticos contra extremismo, em evento paralelo à Assembleia Geral das Nações Unidas, a ser realizada em setembro.

De acordo com a Agência Brasil, outro tema foi o G20 e ações defendidas pelo Brasil contra fome e taxação de super-ricos. Conforme a Presidência da República, o presidente Lula citou números da economia brasileira, como geração de mais de 2,5 milhões de postos de trabalho formais em 17 meses, crescimento de 11,7% da renda e previsão de R$ 120 bilhões de investimentos da indústria automobilística no país nos próximos anos. 

Os líderes abordaram ainda o retorno do Partido Trabalhista ao poder no Reino Unido com a vitória de Keir Starmer para primeiro-ministro nas eleições realizadas neste mês, encerrando 14 anos de governos dos conservadores.

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