Noventa por cento dos televisores de plasma ou cristal líquido vendidos nos Estados Unidos são fabricados no México, calcula o Ministério mexicano da Economia. Dados da consultoria Snapshots mostram que os estadunidenses compram 32 milhões de televisores anualmente; 18% são dos modernos aparelhos de plasma ou LCD. A vantagem mexicana no mercado dos EUA foi obtida graças às isenções tarifárias e ao menor custo do frete em relação aos televisores produzidos na Ásia. O México consegue vender com preços 5% abaixo dos asiáticos. Lucros e royalties, claro, vão das maquiladoras mexicanas para os Estados Unidos.
A nova derrama
O desastroso episódio da MP 232 fornece possibilidade ímpar de abordar a questão tributária brasileira mais pelo aspecto qualitativo do que por sua relação com o produto interno bruto (PIB). Embora este último seja a unidade de medida favorita de setores tradicionalmente esquivos a pagamento de impostos, é a forma de aplicação do que o governo arrecada que deve ser questionada com maior vigor.
Estudo recente dos economistas José Roberto Afonso e Érica Amorim Araújo revelou que, do aumento de 7,9 pontos percentuais da carga tributária imposta ao país pelo tucanato entre 1995 e 2002, 67,5% foram esterilizados no pagamento de juros. Além disso, do aumento da carga tributária nesse período, de 34,43% para 42,36%, apenas 2,5% foram convertidos em bens e serviços para a sociedade.
Os dados indicam que, se aumentar impostos leva a um movimento que culmina na maior derrota da equipe econômica de Lula, arrancar o couro dos brasileiros para cevar rentistas e especuladores deveria levar a uma nova Inconfidência.
Esquizofrenia
A imagem mais emblemática do enterro da Medida Provisória 232 foi a do novo líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), rasgando o texto da MP. Seu simbolismo mais forte representa o isolamento da política econômica do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, que resistiu até a undécima hora a reajustar, mesmo parcialmente, a tabela do Imposto de Renda. Embora episódio isolado, ele encerra o nível de incompatibilidade da política fiscal com as aspirações do Congresso e da sociedade.
Executivas
As mulheres representam mais de 40% do total de alunos dos cursos de pós-graduação em áreas de gestão de empresas, que reúnem profissionais da faixa dos 24 aos 31 anos. Atento a essa tendência, o Ibmec-SP vai realizar o debate “Os desafios da mulher no mercado de trabalho”, no próximo dia 7, às 20h. Estarão presentes a consultora de carreiras Karin Parodi, diretora da empresa Career Center, a diretora de Desenvolvimento Organizacional do Ibmec São Paulo, Sula Vasconcellos, o vice-presidente da Fesa, Francisco Ramirez, e o professor José Valério Macucci. Inscrições e informações: (11) 3253-0344 ou pelo [email protected]
Café pequeno
O produtor fica cada vez com uma fatia menor no negócio do café. Dados do presidente da Unctad, Rubens Ricupero, em artigo na Folha, mostram que o valor total da cadeia do café passou de US$ 30 bilhões para US$ 70 bilhões de 1990 a 2000. Os agricultores ficavam com US$ 12 bilhões dos US$ 30 bilhões; agora, mal chegam a US$ 5,5 bilhões dos US$ 70 bilhões. Em resumo, a participação de quem planta e corre o maior risco desabou de 36 % a 38% para 6% a 8%. Os países mais dependentes da exportação de café (entre 60% e 80% da pauta de vendas externas) estão entre os mais pobres do mundo: Burundi, Etiópia, Ruanda, Uganda, acrescenta o ex-ministro brasileiro.
Portugal
A relação comercial entre Brasil e Portugal é tema de seminário nesta segunda-feira, das 14h às 19h, na Confederação Nacional do Comércio (Av. General Justo 307, 9º andar, Centro do Rio). Participam o secretário de Desenvolvimento do Rio de Janeiro, Humberto Mota, o embaixador extraordinário de Portugal, Francisco Seixas da Costa, o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, José Carlos Miranda, e o presidente da Câmara de Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio, Arlindo Catoia Varela, entre outros.