Mais da metade dos imóveis para venda são anunciados acima do preço

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Casa com placa de aluguel (Foto: reprodução internet)
Casa com placa de aluguel (Foto: reprodução internet)

Estudo feito pela plataforma QuintoAndar mostra que 37% dos imóveis para locação e 54% dos imóveis para venda são publicados acima do preço. No fim, porém, somente dois em cada 10 imóveis em aluguel e menos de três em 10 à venda têm contratos fechados com o valor acima do recomendado.

“A precificação do imóvel, seja para aluguel seja para venda, é um dos maiores desafios para os proprietários. Fazer pesquisas na região e consultar diversas fontes é um processo trabalhoso que costuma levar muito tempo e, mesmo assim, não garante um preço assertivo”, explica Pedro Capetti, especialista em Dados do Grupo QuintoAndar.

“Em geral, o comportamento mais observado é o de sobreprecificar o imóvel, na tentativa de obter algum tipo de vantagem ao final da negociação. Porém, em muitos casos, essa estratégia acaba afastando potenciais inquilinos e pode levar o proprietário a ter ganhos menores no final das contas, uma vez que o imóvel mais tempo parado acumula custos de IPTU e condomínio”, afirma.

O estudo revela que uma em cada cinco locações acontece em menos de uma semana e que uma a cada três compras é realizada em até três meses. Os dados mostram que as primeiras semanas são particularmente decisivas até mesmo na fase de atração de potenciais interessados. No segmento de aluguel, a média de 9,8 visitas agendadas na primeira semana cai para menos da metade (4,2) quando são completadas quatro semanas da publicação. Para compra e venda, que tem um arco mais longo na jornada, o cenário é similar nos primeiros meses: a média de 4,7 visitas no primeiro mês vai à metade em pouco mais de quatro meses de anúncio.

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“Os imóveis que são visitados mais rapidamente são transacionados em menos tempo. Ou seja, um preço inicial adequado pode atrair mais usuários, gerando mais visualizações no anúncio e um maior número de visitas agendadas”, afirma Capetti. “Os números mostram também que os acessos diminuem vertiginosamente ao longo das semanas/dos meses. Por isso que a conhecida prática de colocar o valor no alto para ‘testar’ o mercado pode se configurar uma péssima estratégia.”

Quanto maior o tempo de anúncio, maiores as alterações de preço da propriedade. Para aluguel, até a quinta semana, acontece, em média, uma mudança de valor. A partir da 10ª semana, essa média já pula para 3,1. Além disso, se nas duas primeiras semanas praticamente não há descontos concedidos, na média, quando um contrato de locação é fechado, o percentual já pula para mais de 10% após a oitava semana.

“Ou seja, além de ter de adequar o preço ao longo do tempo, o proprietário termina concedendo um desconto maior para conseguir fazer negócio e não perder a liquidez. É uma conta que se mostra bastante arriscada na maioria das vezes”, conclui Capetti.

O estudo utiliza dados de mais de 150 mil contratos fechados e dos anúncios publicados no QuintoAndar, no segmento de aluguel e de compra e venda, do período que vai de janeiro de 2023 a abril de 2024.

Análise da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas com a plataforma Zap apurou que em maio, com base no comportamento dos preços de locação residencial em 25 cidades brasileiras, o Índice FipeZap registrou uma elevação de 1,25% no aluguel residencial em maio, desacelerando em relação à alta observada em abril (1,38%). Imóveis que possuíam quatro ou mais dormitórios registraram a elevação mais expressiva no último período (1,53%), contrastando com o incremento mais moderado entre unidades com três dormitórios (0,94%).

Ao final do mês, o Índice FipeZap revela uma alta acumulada de 6,50% no aluguel residencial no ano, resultado que também supera as variações do IPCA/IBGE (2,27%) e do IGP-M/FGV (0,28%). Destacam-se em relação à alta nominal nos preços residenciais as cidades de Salvador (11,83%); Brasília (10,80%); Curitiba (9,65%); Florianópolis (7,25%); Recife (6,99%).

Incorporando os resultados mais recentes no cálculo, o Índice FipeZap registrou uma valorização de 14,80% nos últimos 12 meses, superando a variação do IGP-M/FGV (-0,34%), bem como IPCA/IBGE (3,93%). Imóveis com um dormitório registraram valorização acima da média (18,35%), contrastando com o aumento relativamente menor entre unidades com três dormitórios (13,20%).

Com base em dados de 25 cidades monitoradas pelo Índice FipeZap em maio de 2024, o preço médio do aluguel de imóveis residenciais foi calculado em R$ 45,29/m². E com base em dados de maio de 2024, o retorno médio do aluguel residencial foi avaliado em 5,89% ao ano.

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