Mais de 60% dos brasileiros gastam mais do que ganham

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Dinheiro (Foto: Filipe Castilhos)
Dinheiro (Foto: Filipe Castilhos)

Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 46,2% das famílias brasileiras vivem com suas contas fixas em atraso por dificuldades financeiras. O estudo realizado entre 2017 e 2018 apresentou que as contas básicas, como água e luz, são as principais atingidas pelo atraso. “37,5% dos brasileiros vivem em uma residência que não paga as contas básicas em dia; 26,6% atrasam as prestações de bens e serviços e cerca de 7,8% da população possui problemas em pagar o aluguel até a data do vencimento”, explica João Esposito, economista e CEO da Express CTB, accountech de contabilidade.

A pesquisa também demonstra que dentre as famílias que possuem dificuldades para honrar as contas básicas, 30,4% são chefiadas por pretos ou pardos, a maioria com baixo rendimento financeiro e nível de escolaridade inferior, com apenas o ensino fundamental completo.

“Os resultados divulgados pelo IBGE apresentam a existência da desigualdade racial até mesmo na hora de pagarmos nossas contas. Para se ter uma noção, 16,7% dos brasileiros vivem em lares sem acesso a serviços financeiros. Deste número, 11,7% são integrantes de famílias chefiadas por pretos ou pardos”, destaca o economista.

Durante a quarentena, novos hábitos influenciam o modo de consumir um produto ou serviço. Segundo a pesquisa Shopping During The Pandemic, realizada pela Ipsos Pesquisa e Inteligência com entrevistados de 28 países, 47% dos brasileiros têm feito mais compras virtuais do que faziam antes da pandemia. Um resultado que também acelera no ritmo entre uma compra e outra. Muitos são os fatores que levam ao consumo extremo, especialmente pelos impactos emocionais que a pandemia trouxe à saúde, como estresse e ansiedade. Mais de 11 mil pessoas, de 21 países entrevistadas pela consultoria de mercado Kantar, revelaram que tiveram a saúde mental impactada pelos fatores da pandemia, com o isolamento social, representando um percentual de 49% dos jovens de 18 a 24 anos.

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Com a febre das redes sociais (Instagram, TikTok, Twitter, Facebook) envolvendo vidas de influencers, artistas e celebridades, o consumo de marcas (seja de roupa, alimento, eletrônico, entre outros) é um estilo de vida que muitos jovens querem também vivenciar. De acordo com um estudo realizado pela Ford, 64% dos jovens da geração Z (nascidos de 1995 até 2010) querem ter um impacto no mundo, uma motivação dos influenciadores digitais. Já a geração alfa (nascidos a partir de 2010), já cresceu conectada com o mundo digital e estão ligados às novidades da internet e aos novos lançamentos de produtos. O que pode gerar compras em excesso ao que se tem guardado e/ou o valor que recebe por mês.

Segundo o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB), 64,4% dos brasileiros gastam mais do que recebem de salário. Por esse motivo, não sobra dinheiro para investir, pois as contas são prioridades, resultando em mais despesas comparado às receitas. Ainda de acordo com a pesquisa I-SBF, entre 5.220 brasileiros que foram entrevistados com mais de 18 anos, 64% (3.340 pessoas), não se sentem seguros com o futuro financeiro.

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