Mais de 62 milhões de brasileiros possuem compras parceladas

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Carteira com cartões de crédito (Foto; Wilson Dias/ABr)
Carteira com cartões de crédito (Foto; Wilson Dias/ABr)

Levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae, aponta que 39% dos consumidores entrevistados tinham prestações de compras no cartão de crédito, cartão de lojas, crediário ou cheque pré-datado a pagar no mês anterior à pesquisa, resultando na estimativa de 62,3 milhões de brasileiros com contas parceladas. Os resultados mostram que o percentual de consumidores que recorreram ao cartão de crédito no ano anterior ao estudo foi de 75%.

A pesquisa também indica que no mês anterior à coleta de dados, 14% pagaram ao menos uma parcela de empréstimo, sendo que o número médio de prestações pagas foi de 2,5. Além desses, 70% relatam que não tiveram parcelas vencendo naquele mês e 16% dizem não se lembrar. Com relação aos financiamentos, os números são parecidos: 71% não tiveram parcelas e 13% tiveram ao menos uma, enquanto 16% não souberam informar.

A forma preferida de parcelar compras da maioria dos entrevistados é através do cartão de crédito, citado por 71%. Em seguida, aparecem o crediário (6%) e o cartão de loja (6%). Menos de 1% dos entrevistados citou o cheque pré-datado.

Considerando os três meses anteriores à pesquisa, 45% dos respondentes afirmam que evitaram pelo menos alguma forma de crédito, o que representa uma queda de 15 pontos percentuais com relação a 2019 (60%), principalmente o cartão de crédito (21%) e o financiamento (16%). Entre os que evitaram fazer o pagamento de compras a crédito nos últimos três meses, os principais motivos são o medo de se desorganizar com os pagamentos e extrapolar o orçamento (49%), já ter muitos compromissos financeiros a pagar (46%) e ter dívidas em atraso (17%).

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A opção pelo pagamento à vista ou a prazo, por meio de alguma forma de crédito, depende em grande medida do tipo de bem considerado. Para a maior parte dos bens e serviços considerados pela pesquisa, os consumidores demonstram preferência pelo pagamento à vista. No caso dos mantimentos e compras de supermercado, 67% dizem que na maioria das vezes quita na hora, sendo que 32% optam pelo cartão de débito; 20% usam o dinheiro e 10% recorrem ao vale refeição ou alimentação. O pagamento à vista também se destaca na maioria das vezes: nas compras de remédios (60%), sendo que 31% usam o cartão de débito e 25% usam dinheiro; nos serviços de beleza (65%), seja através de dinheiro (30%), de cartão de débito (20%) ou mesmo PIX (14%); e no pagamento de comida fora de casa (62%), sendo que 31% usam cartão de débito para esse consumo e 19% adotam o dinheiro.

Duas categorias de bens mostraram maior preferência pelo pagamento a prazo: é o caso de roupas e acessórios, que 52% dos consumidores preferem deixar para pagar utilizando crédito e eletroeletrônicos (60%).

Os dados da pesquisa mostram que quase a metade dos entrevistados (47%) realiza algum tipo de controle de parcelamentos das compras do cartão de crédito, crediário, empréstimos ou financiamentos. O modo mais frequente é no papel, agendas ou cadernos, meios citados por 24%. As planilhas apareceram em seguida, mencionadas por 14%, enquanto os aplicativos foram lembrados por 9%. Porém, cerca de metade dos respondentes (52%) não realiza um controle efetivo desses gastos, limitando-se a olhar a fatura (29%), alegando controle de cabeça (13%) ou mesmo admitindo nenhum tipo de controle (10%).

A pesquisa aponta os riscos da contratação de crédito pelo consumidor, já que 25% dos entrevistados admitem que foram negativados nos últimos 12 meses devido a compras parceladas não pagas. O principal vilão foi o cartão de crédito, citado por 19%, seguido do crediário (5%); dos empréstimos (4%); e dos financiamentos (3%). Outro risco apontado pela pesquisa é a compra por impulso, muitas vezes motivada pelo crédito fácil. Questionados sobre a compra de itens que não precisavam e não tinham planejado comprar, 46% admitiram que acabaram cedendo a essa tentação no mês anterior a pesquisa, justamente pela facilidade de crédito. Roupas, calçados e acessórios foram os principais alvos dessas compras, citados por 16%. As compras de supermercado apareceram em seguida, mencionadas por 11%. Cerca de metade (51%) respondeu que não comprou nada por impulso devido à facilidade de crédito.

Já o Indicador de Demanda do Consumidor por Crédito da Serasa Experian revelou que a busca pelo recurso financeiro teve alta de 14,2% no comparativo de setembro deste ano e o mesmo mês de 2020. Na análise anual, os consumidores de menor renda foram o que mais procuraram por crédito. Aqueles que recebem até R$ 500 por mês registraram alta de 21,3% e os que ganham de R$ 500 a R$ 1.000 cresceram 14,9%.

De acordo com o índice, o Nordeste foi um dos principais responsáveis pelo aumento, marcando 21,8%. Em sequência está o Norte, que registrou alta de 21,2%. As demais regiões brasileiras também apontaram crescimento. No Centro Oeste (15,3%), Sudeste (11,8%) e Sul (9,7%).

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