Em julho, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revelou que 78,5% das famílias brasileiras possuem dívidas a vencer, enquanto 28,8% têm dívidas em atraso, e 11,9% afirmam que não conseguirão quitá-las. No mesmo período, entrou em vigor a resolução conjunta n.º 8/2023 do Banco Central, que obriga as instituições financeiras a oferecerem ações de educação financeira a seus clientes, buscando promover uma melhor gestão do orçamento familiar e prevenir a inadimplência.
Em 2023, o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB), elaborado pela Fedaração Brasileira de Bancos (Febraban), revelou que 28% dos entrevistados enfrentavam estresse devido a compromissos financeiros, e 68% não se sentiam seguros em relação ao futuro financeiro.
Por outro lado, de acordo com a projeção elaborada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar), com a FIA Business School, a taxa de inadimplência (recursos livres) deve ficar entre 5,14% e 5,77%, com média estimada de 5,46% para setembro de 2024, o que implica em uma queda de 0,03 p.p. em relação ao valor real de julho de 2024 (último valor divulgado) e de 0,02 p.p. em relação ao valor estimado para agosto de 2024.
Como afirma Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar e professor da FIA Business School, “considerando a queda de atrasos (recursos livres) observado, é razoável esperar uma taxa de inadimplência entre a média (5,46%) e o limite inferior (5,14%) do intervalo estimado para o mês de setembro de 2024”.