Mais de um terço das famílias relata queda da renda mensal

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Dinheiro (foto de Marcello Casal Jr., ABr)
Dinheiro (foto de Marcello Casal Jr., ABr)

Quatro em 10 brasileiros indicaram que a renda familiar diminuiu no primeiro trimestre de 2022; no entanto, muitos ainda estão otimistas com o potencial de ganhos futuros, com 71% indicando que esperam que sua renda aumente nos próximos 12 meses. É o que aponta estudo da TransUnion intitulado Consumer Pulse Study referentes ao período. O destaque é como as finanças pessoais das pessoas entrevistadas mudaram e quais são as expectativas para o futuro. Embora a pesquisa tenha mostrado algum otimismo em relação ao futuro financeiro de consumidores, isso foi afetado pelo impacto financeiro contínuo da pandemia que continua presente na população brasileira.

O estudo foi baseado em um levantamento de 1.056 pessoas adultas brasileiras, realizado entre 14 e 22 de fevereiro de 2022.

Percentual significativo de pessoas consumidoras vê queda em sua receita mensal; famílias de baixa renda ainda são as mais atingidas

No primeiro trimestre de 2022, enquanto 34% falaram que ela permaneceu a mesma e 26% citaram aumento. Os principais fatores de perda de receita foram o desemprego e a redução do salário. No entanto, houve algumas melhorias em relação ao trimestre anterior, com 24% da população dizendo que alguém em sua casa perdeu o emprego no primeiro trimestre, abaixo dos 32% dos últimos três meses de 2021, e ainda com 22% de brasileiros mencionando que alguém em sua família teve o salário reduzido, abaixo dos 29% no quarto trimestre de 2021. De forma encorajadora, 13% das pessoas entrevistadas indicaram que alguém em sua casa havia começado um novo negócio, além dos 11% que relataram um aumento salarial e 7% iniciaram um novo emprego no último mês.

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Como visto em pesquisas anteriores, as famílias de menor renda (receita mensal inferior a R$ 1.000) continuaram sendo as mais impactadas, com mais da metade (53%) desse grupo indicando que a renda familiar havia diminuído no último trimestre. Isso se compara a 38% das famílias de classe média (receita mensal entre R$ 1.000 e R$ 5 mil) no mesmo tópico. Enquanto 35% das famílias de renda média-alta (receita mensal entre R$ 5 mil e R$ 10 mil) e 24% das pessoas de classe mais alta (acima de R$ 10 mil) reportam a diminuição de renda familiar no mesmo período.

Embora tenha havido uma leve melhora em relação ao trimestre anterior, a preocupação com a capacidade de pagar contas e empréstimos integralmente permaneceu alta. Com 77% de todas as pessoas consumidoras expressando atenção ao tema, abaixo dos 79% no quarto trimestre de 2021. Entre a população pesquisada que indicou que sua renda havia diminuído nos últimos três meses, 90% manifestaram apreensão para a realização do pagamento e 60% esperavam não conseguir pagar, integralmente, pelo menos uma de suas obrigações financeiras atuais.

Quase metade (49%) das pessoas pesquisadas esperavam reduzir suas despesas extras (como jantar fora, viagens, entretenimento, entre outros) para lidar com as mudanças orçamentárias. Além disso, 43% indicaram que diminuiriam as despesas com grandes compras, como eletrodomésticos e carros. Já 43% indicaram que gastariam menos em compras no varejo para itens como vestuário, eletrônicos e bens duráveis nos próximos três meses.

Além disso, 84% disseram que estão fazendo mudanças nos gastos devido à inflação, e 97% de todas as pessoas entrevistadas estavam pelo menos um pouco preocupados com a inflação. Além disso, mais da metade das pessoas pesquisadas (56%) indicou que o aumento das taxas de juros teve um grande impacto sobre a decisão de solicitar crédito nos próximos 12 meses, e outros 31% disseram terem tido um efeito moderado em seus planos de solicitar crédito. Para as pessoas que consideraram solicitar novos créditos ou refinanciamentos já existentes, mas decidiram não o fazer, a principal razão para abandonar seus planos foi acreditar que o custo seria muito alto.

Apesar dessas preocupações, 38% da população brasileira disse que solicitará um novo crédito ou refinanciamento nos próximos 12 meses, o que representa um aumento de três pontos percentuais em relação ao quarto trimestre de 2021. Dentro deste número, os Millennials (ou Geração Y, nascidos entre 1981 e 1995) e a Geração X (de 1965 a 1980) foram as gerações com maior intenção de buscar novos créditos, ambas com 42%, seguidas de perto pela Geração Z (de 1995 a 2010) com 40%. Já os Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1964) estão menos propensos do que as outras gerações a terem planos de pedir um novo crédito, com 30%.

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