Manhã mista nos mercados

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Bolsa de Valores
Bolsa de Valores (Foto: divulgação)

Manhã mista nos mercados, com os futuros dos EUA caindo, após resultado ruim da Intel respingar sobre as ações de tecnologia, com os investidores se preparando para a Central Europeu e do Fed. Taxas de juros sobem, após PIBs acima do esperado na Espanha e nos EUA, enquanto dólar opera com ganhos disseminados. Por fim, commodities sobem tem sessão altista. Por aqui, dia com dados mais secundários, com os investidores se preparando para a reunião do Copom na próxima quarta-feira, o que deve impor um tom mais moderado à sessão. Para a Bolsa, a perspectiva é positiva, com os avanços de minério de ferro e petróleo. Nos juros, o clima altista das commodities e dos juros globais deve levar à sessão altista para a curva de juros local. No câmbio, o dólar se encontra em região de suporte importante, o que deve levar à sessão bastante dividida.

Na Ásia, em dia sem negociações na China, Bolsas fecharam no positivo, apoiadas pelo PIB americano acima das expectativas, reduzindo os temores de recessão no curto prazo. Na Austrália, o PPI avançou 0,7% (ante expectativa de 1,7%) no quarto trimestre, fechando o ano com expansão de 5,8% (3,7% em 2021), máxima desde 2009. O premiê japonês Fumio Kishida afirmou que não é possível descartar que o país retorne à deflação. De acordo com a Bloomberg, EUA, Holanda e Japão chegaram a um acordo para limitar as exportações de semicondutores para cias chinesas.

Na Europa, abertura mistas para as Bolsas, apesar do PIB espanhol acima do esperado, com os investidores calibrando as posições para a próxima semana, que terá decisões de juros do BCE e do Fed. Na Espanha, PIB acima do consenso (ante expectativa de 0,1%), crescendo 0,2% (2,7% a/a) no quarto trimestre, fechando o ano com expansão de 5,5%, ante 5,5% em 2021. Na França, a confiança do consumidor caiu de 81 para 80 pontos (ante expectativa de 83) em janeiro. Hoje, Christine Lagarde (BCE) fala às 7h30.

Nos EUA, com os investidores embolsando lucro, em meio à indigestão com o balanço de Intel de ontem, futuros operam em queda, com S&P 500 e Dow consolidando acima da média de 200 dias. Déficit comercial de US$ 90,3 bi (ante expectativa de US$ -87,9 bi) em dezembro, somando US$ 1,19 tri (-4,5% do PIB) em 2022. Núcleo das encomendas à indústria em linha, recuando 0,1% (0,4% a/a) em dezembro, fechando o ano com expansão de 6,3% (13,1% em 2021). Núcleo de bens de capital também em linha, caindo 0,2% (3,3% a/a) e fechando 2022 com expansão de 8,3% (12,4% em 2021). Em termos anualizados, foram vendidos 616 mil (ante expectativa de 612 mil) novos imóveis em dezembro, alta de 2,3% (-23,0% a/a) na margem. No ano, as vendas caíram 16,3% (-6,1% em 2021). PIB acima do esperado (ante expectativa de 2,4%), crescendo, na comparação trimestral anualizada, 2,9% (1,0% a/a) no quarto trimestre, com o ano fechando com expansão de 2,1% (5,9% em 2021). Os novos pedidos de seguro-desemprego caíram de 192 para 186 mil (ante expectativa de 205) na semana passada, mínima desde maio. Hoje, PCE (dezembro) e gastos das famílias (dezembro) às 10h30, vendas pendentes de imóveis (dezembro) e confiança da Universidade de Michigan (janeiro) às 12h. American Express, Chevron e Colgate-Palmolive divulgam resultados antes da abertura.

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Nos Brasil, castigado pela queda nas ações de Petrobras, que sentiu a confirmação de Jean Paul Prates na Presidência da companhia, o mercado doméstico descolou das altas em Nova Iorque, em meio a apostas no cenário de goldilocks, o Ibovespa fechou próximo da estabilidade, aos 114.178 pontos (-0,08%), com siderúrgicas sendo destaque de alta. Em dia de divulgação do plano de financiamento do TN, a alta nos juros internacionais, em meio à preparação para a decisão do Copom, a curva de DI futuro teve sessão mista, com o miolo fechando em alta. No câmbio, o real seguiu as moedas de commodities, apesar dos dados americanos acima das expectativas, fechando estável, com o dólar fechando em R$ 5,07 (-0,08%).

As grandes remessas de lucros e dividendos e o aumento no déficit de serviços fizeram a conta-corrente ter déficit de R$ 10,9 bi (ante expectativa de R$ -6,3 bi) em dezembro, o maior do mês na série, fechando 2022 em R$ 55,6 bi (-3,0% do PIB). O investimento direto no país atingiu R$ 5,6 bi (ante expectativa de R$ 5,5 bi) em dezembro, com uma entrada líquida de R$ 1,9 bi, terminando 2022 com entrada de R$ 60,3 (3,3% do PIB). A alta nas incertezas e o cenário de juros elevados por mais tempo fizeram a confiança da construção cair de 95,3 para 93,6 pontos (0,9% a/a) em dezembro, mínima em 10 meses. O Conselho de Administração da Petrobras aprovou, de forma unânime, Jean Paul Prates para o Conselho e Presidência da estatal. O Conselho de Administração do BNDES aprovou, por unanimidade, Aloizio Mercadante para o cargo de presidente do banco. Na agenda, sondagem da indústria da FGV (janeiro) às 8h, nota de crédito (dezembro) às 9h30 e resultado primário do governo central (dezembro) às 14h30. Ceron (STN) fala às 14h.

Ótima sexta-feira!

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Nicolas Borsoi

Economista-chefe da Nova Futura Investimentos

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