O governo chinês disse hoje que “não aceitará provocações”, tendo em vista manobras militares conjuntas entre os EUA e a Coreia do Sul, que deverão durar até o fim de abril. “A Coreia do Norte reagiu energicamente e a China também está preocupada”, destacou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hong Lei.
Hong recordou que a China “está geograficamente próxima à península coreana” e assegurou que Pequim se “opõe com firmeza a qualquer ação que gere problemas”. “Apelamos a todas as partes para que mantenham a calma e contenção, não se provoquem mutuamente, nem elevem a tensão”, disse.
Questionado sobre a reação da Coreia do Norte, que ameaçou com “ataques preventivos”, face aos exercícios militares entre Seul e Washington, Hong limitou-se a responder que a “península coreana é complexa e complicada”. Sobre as sanções aprovadas recentemente pelas Nações Unidas contra a Coreia do Norte, o porta-voz chinês assinalou que o objetivo é evitar novos ensaios com mísseis balísticos e nucleares e que “não afetam o povo [norte-coreano], nem o seu bem-estar ou necessidades humanitárias.
“Todos devemos pôr em prática a resolução, mas não exagerar ou ignorar alguns dos seus aspectos”, afirmou, assegurando que a China – principal parceiro comercial da Coreia do Norte – cumprirá fielmente as medidas aprovadas pela Organização das Nações Unidas. Hong reiterou, ainda, a preocupação de Pequim com a possibilidade de os Estados Unidos instalarem o sistema antimísseis Thaad na península coreana. O escudo “aumentará as tensões regionais, afetará o equilíbrio na região e minará a segurança estratégica da Rússia e da China”, apontou.
Japão pede à Coreia do Norte que evite hostilidades
O Japão pediu hoje à Coreia do Norte para evitar provocações depois de o governo de Kim Jong-un ter ameaçado com “ataques preventivos” a Coreia do Sul e os EUA, em resposta às manobras militares desses dois países.
O Japão “nunca poderá tolerar que a Coreia do Norte tenha atos provocativos”, em resposta aos exercícios anuais conjuntos que os dois aliados iniciaram hoje, afirmou, em entrevista, o porta-voz japonês, ministro Yoshihide Suga.
Tóquio pediu “encarecidamente” a Pyongyang (a capital norte-coreana) que preste atenção às fortes advertências e repetidas condenações da comunidade internacional.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) adotou na quarta-feira passada, por unanimidade, as mais fortes sanções já impostas à Coreia do Norte em resposta aos recentes ensaios, nuclear e balístico, feitos pelo regime comunista.
A resolução do Conselho de Segurança da ONU foi apresentada pelos Estados Unidos e apoiada pela China, único aliado da Coreia do Norte.
Após o endurecimento das sanções por parte da ONU, a Coreia do Norte lançou, na quinta-feira, mísseis de curto alcance a partir de sua costa oriental, numa aparente demonstração de força.
Yoshihide Suga pediu ao regime de Kim Jong-un que cumpra “fiel e integralmente a Resolução 2.270 e uma série de outras relevantes [nesta matéria] sem levar além as suas provocações”, segundo informações da agência Kyodo.
Com informações da Agência Brasil, citando a Lusa