Maquiagem

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No apagar das luzes do governo, começa a vir à tona muita coisa errada. Não custa nada o Ministério Público exigir do Banco Central explicações sobre o desaparecimento de US$ 30 bilhões da dívida externa. Tudo indica que algo em torno de US$ 10 bilhões daquele montante referem-se a títulos da dívida externa das carteiras do Banco do Brasil e do próprio BC (camuflados em reservas cambiais) que forma nacionalizados e convertidos pelo governo em Notas do Tesouro Nacional (NTN) em troca dos créditos podres adquiridos das carteiras da CEF, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste e do BNDES. Esses créditos foram repassados à Empresa Gestora de Ativos (Emgea), criada pela União com base no Programa de Fortalecimento das Instituições Financeiras Federais (Medida Provisória 2.196-3, de 24/08/2001).

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O Ministério Público deveria exigir das instituições financeiras federais beneficiadas e da Emgea, na qualidade de compradora de “ativos podres”, que informassem ao público e à Receita Federal o nome (caloteiros beneficiados), o valor das dívidas e o CGC dos devedores contemplados pelo referido Programa de Fortalecimento. É bom lembrar que o processo de conversão da dívida para comprar os créditos podres só serve para onerar o contribuinte (aumento de impostos) e pressionar os meios de pagamento com reflexos diretos sobre a taxa de juros.

Quem dá mais
O mercado de comércio de carbono pode atingir US$ 20 bilhões/anuais. A projeção foi apresentada em reunião da Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Comércio França-Brasil (CCFB). Atualmente, o carbono é negociado entre US$ 5 a US$ 10 a tonelada. As previsões para o aumento do preço do produto, porém, são extremamente disparatadas, variando de US$ 75 a US$ 305 a tonelada. A CCFB reúne cerca de 700 empresas no Brasil, que empregam 150 mil funcionários e faturam aproximadamente US$ 25 bilhões/ ano.

Estelionato eleitoral
A pretensão da Fiesp de cobrar de um virtual governo do PT uma coalização com o PSDB lembra aquela famosa história sobre Garrincha, que, depois de ouvir as instruções do treinador, perguntou-lhe se já tinha combinado com o adversário. Neste caso, com o eleitorado, que, em sua esmagadora maioria, ao votar em Lula deseja ver os tucanos pelas costas. Aliás, se quisessem manter o PSDB no poder, os eleitores votariam em José Serra.

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Hora da verdade
A proximidade das eleições mostra que as pesquisas divulgadas três ou mais meses atrás pouco têm a ver com a realidade das urnas. Em São Paulo, por exemplo, Maluf periga ficar fora do segundo turno, suplantado por José Genoíno, do PT, que até poucas semanas atrás não chegava a dois dígitos nas pesquisas. Ainda em São Paulo, a reeleição dada como certa do senador Romeu Tuma já entrou para a lista das dúvidas: Mercadante já ultrapassou o ex-diretor geral da Polícia Federal e Quércia está no encalço.

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