Marajá, não: metade dos servidores ganha menos de R$ 2,5 mil

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É mito que os servidores públicos sejam marajás: 48% dos funcionários ligados ao Poder Executivo – incluindo 61% dos servidores municipais – ganham até R$ 2.500 por mês, de acordo com o Atlas do Estado Brasileiro. O estudo foi feito pelo Ipea com base em dados de 2017.

Em 2017, havia no país 11,4 milhões de trabalhadores no serviço público. Em média, eles recebiam 19% a mais do que um trabalhador da iniciativa privada em função semelhante. Porém, essa diferença é inferior à média de 53 países listados em levantamento recente do Banco Mundial, relata o Portal Vermelho.

Uma das principais marcas do funcionalismo brasileiro é a desigualdade. Reportagem da Deutsche Welle mostra que o vencimento médio de um servidor do Executivo é de R$ 3,9 mil, equivalente a 65% do salário médio de R$ 6 mil de um funcionário do Legislativo, que por sua vez é metade do salário médio de R$ 12 mil de um servidor do Judiciário. Os servidores municipais brasileiros ganham, em média, R$ 2,9 mil.

A reforma administrativa de Paulo Guedes e Bolsonaro não enfrenta esse desafio. Na opinião do pesquisador Felix Lopez, do Ipea, há um caminho mais viável e justo. Basta regulamentar o artigo da Constituição que proíbe remunerações superiores às dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Cada um dos 11 integrantes da Corte ganha R$ 39,2 mil – o que deveria ser o teto constitucional. Apesar da regra, há servidores com rendimentos superiores a R$ 100 mil por mês, especialmente alguns juízes e membros do Ministério Público.

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Pela proposta de Reforma Administrativa do Governo Bolsonaro encaminhada nesta quinta-feira ao Congresso, o atual Regime Jurídico Único (RJU) dará lugar a quatro vínculos distintos: vínculo por prazo determinado, cargo de liderança e assessoramento, cargo típico de Estado e cargo por tempo indeterminado. Somente os dois últimos serão preenchidos por concurso público.

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