Mais conhecido pela teoria do ócio, o sociólogo italiano Domenico De Mais defende que as pequenas empresas e as incubadoras são um grande exemplo de criatividade no Brasil. De Masi, que ontem abriu, no Rio, a Conferência Mundial de Incubadoras de Empresas – WCBI Rio 2001, salienta, porém, a necessidade de que os produtos “tenham identidade nacional”, “pois, segundo ele, “a globalização levará à valorização das produções que tenham a marca de suas regiões”. “Países como Itália e França tiveram suas economias fortalecidas ao agirem desta forma”, salienta o sociólogo, cuja tese certamente causaria arrepios nos cosmopolitas sábios do tucanato.
Marca Brasil II
O sociólogo coordena pesquisa que está sendo feita na Itália por Sebrae e S3-Studim para identificar as 15 mil empresas que mais criam produtos com a marca do país. “O resultado da pesquisa, além de aumentar a auto-estima brasileira, servirá de instrumento para penetração da produção nacional no mundo”, diz.
Cerca de 600 profissionais de 30 países – incluindo EUA, Holanda, Alemanha, Inglaterra, Finlândia, Itália, Israel, Argentina e Venezuela – participam da conferência, que vai até sexta-feira, no Hotel Sofitel, em Copacabana.
Contra-ataque naval
Para mostrar que tudo continua como dantes e que os boatos de venda não procedem, a Sata – Serviços Auxiliares de Transportes Aéreos anuncia a entrada num novo segmento. A partir de novembro passa a fazer atendimento a navios de turismo, como o Splendour Of The Seas e os da Linha C. O contrato foi fechado com a Píer Mauá, empresa concessionária do Porto do Rio. A operação, que se estenderá até março de 2002, consiste em embarque e desembarque de passageiros (ônibus especial) e bagagens (além dos tratores convencionais deverão ser utilizados dois carrinhos elétricos ecológicos, que não poluem).
Falando em Sata, a empresa conquistou como cliente a portuguesa TAP e não a TAM, como saiu aqui publicado ontem, por erro de digitação. A companhia aérea brasileira já era cliente, em alguns aeroportos, da empresa do Grupo Varig.
Brasil na tela
Boa notícia para os cinéfilos. Em comemoração ao Dia do Cinema Nacional, no próximo dia 5, a segunda edição do Projeta Brasil Cinemark exibirá durante todo o dia nas 238 salas da rede apenas filmes brasileiros, com ingresso ao preço simbólico de R$ 1. Os filmes terão os mais diversos gêneros, incluindo comédia, drama, aventura e infantil. Cibar Ruiz, vp de Criação da grottera.com., empresa responsável pela campanha, destaca que o sucesso da primeira edição do evento contraria o senso comum de que o brasileiro não gostaria de filme: “Na campanha do segundo Projeta Brasil, nos pareceu natural apelar ainda mais diretamente ao nacionalismo do público, ao mesmo tempo em que enfatizamos o benefício do preço”, conta Ruiz.
Garoto propaganda
A nova onda de aparições do ministro José Serra na mídia a reboque da guerra ao Afeganistão encheu os olhos de um publicitário que prestigia esta coluna. Se a presidência da República parece um sonho cada vez mais distante, Serra pode emplacar como o novo garoto propaganda da Bombril. Ouvindo Serra, o publicitário não tem dúvidas: como ministro da Saúde, Serra está a cara, ou melhor, a voz do Carlinhos Moreno.
Dever de casa
Em que estranho governo transita o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Sérgio Amaral? Ele conclamou empresários a fazer esforço junto ao Congresso Nacional para conseguir a reforma tributária de forma a desonerar a produção. Até os contínuos do Congresso sabem que a reforma não anda porque o governo do qual Amaral faz parte não deixa. Não interessa à equipe econômica reduzir seu quinhão nas receitas – especialmente não aceita sequer discutir o fim das contribuições em cascata, principal fator a onerar a produção e exportação. Talvez um leve traço de autocrítica seja a declaração do ministro: “Temos que fazer nosso dever de casa”.