Marielle já era vigiada antes de ser assassinada

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Mariele Franco. Foto: WhoseKnowledge
Mariele Franco. Foto: WhoseKnowledge

A vereadora Marielle Franco, assassinada no dia 24 de março de 2018,, no bairro do Estácio, região central do Rio de Janeiro, vinha sendo monitorada desde agosto de 2017, ou seja, sete meses antes do crime. A informação é do ex-policial militar Élcio Queiroz em delação à Polícia Federal e ao Ministério Público do Rio de Janeiro.

De acordo com o delegado da PF Guilhermo Catranby, um dos integrantes do grupo de investigação do crime, o colaborador revelou que o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, preso nesta segunda-feira, começou a participar da elaboração do crime nos meses de agosto e setembro de 2017 até “o exaurimento do crime, leia-se, ocultação dos instrumentos utilizados na ocasião do crime como por exemplo o veículo Cobalt prata usado pelos executores naquela fatídica noite”.

“Em relação a execução em si, o Élcio dá os pormenores do que aconteceu desde a chamada do Ronnie (Lessa, ex-policial) ao meio dia pelo aplicativo de mensagens instantâneas, que se auto deletam após efetivamente lidas. Ronnie chamou o Élcio para a sua residência, chegando lá o Élcio já avistou Ronnie com uma bolsa, ambos se dirigiram ao Cobalt prata na saída do condomínio”, informou.

O delegado disse que foi comprovada a versão sobre a vigilância do local apresentada por Élcio, ao informar que durante todo o trajeto desde a saída de casa até o centro do Rio, Ronnie estava no banco da frente do veículo, mas chegando ao local, com auxílio do Élcio, foi para o banco de trás, se equipou e permaneceu ali “fazendo a vigilância da vítima”. Além de confessar a sua participação no crime, Élcio apontou o também o ex-policial militar Ronnie Lessa como autor dos assassinatos.

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A delação levou à prisão nesta segunda-feira do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, no âmbito da Operação Élpis, deflagrada pela Polícia Federal e pela Força Tarefa Marielle e Anderson (FT-MA) junto com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ).

A Operação Élpis é a primeira realizada após o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ter pedido, em fevereiro, a instalação, pela Polícia Federal, de um inquérito para investigar em trabalho conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), as mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes e a tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, a assessora da parlamentar.

Segundo a Agência Brasik, já prestaram depoimentos à Polícia Federal Dênis Lessa, irmão de Ronnie Lessa; e Edilson Barbosa dos Santos. O delegado Guilhermo Catamby informou que pretendia ouvir, ainda nesta segunda-feira, Maxwell Simões Corrêa e a mulher dele. Ainda segundo o delegado, apesar de terem recebido uma intimação para comparecerem à Superintendência da Polícia Federal, eles não foram porque não era coercitivo.

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