O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, renunciou hoje. As informações são da Reuters, replicadas pela Agência Brasil. O ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) liderou uma ampla coalizão durante 18 meses, apresentou sua demissão em uma reunião com o presidente da Itália, Sergio Mattarella.
Ainda segundo a Agência Brasil, “o gabinete de Mattarella disse que o chefe de Estado ‘tomou nota’ da renúncia e pediu a Draghi que permanecesse na função interinamente. Mattarella planeja reunir-se com os presidentes de ambas as Casas do Parlamento hoje à tarde. Fontes políticas disseram, no início desta semana, que ele provavelmente dissolverá o Parlamento e convocará uma eleição antecipada em outubro.”
Segundo o jornal “O Globo”, antes de Draghi, nos últimos 15 anos, o país teve sete primeiros-ministros e 11 diferentes coalizões de governo.
O Banco da Itália elevou suas estimativas de crescimento econômico para este ano, mas alertou que as estimativas ainda podem ser reduzidas drasticamente se as importações de gás natural da Rússia forem cortadas. O BC do país previu na sexta-feira que a economia cresceria 3,2% este ano, acima da estimativa de 3% em sua estimativa anterior de abril. A nova estimativa foi uma dose de boas notícias na Itália em um contexto de alta da inflação.
No mesmo dia, o Instituto Nacional de Estatística (Istat) confirmou estimativas anteriores mostrando que os preços em junho aumentaram 8% em relação ao ano anterior, um novo recorde, e 1,2% mensalmente.
Os preços mais altos da energia decorrentes do conflito em curso entre a Rússia e a Ucrânia foram os principais fatores que impactaram os dados de crescimento e inflação.
O Istat afirmou que os preços da energia estavam 48,7% mais altos em junho do que um ano atrás, um aumento maior do que em qualquer outro setor no período mais recente. Economistas notaram que os altos preços da energia têm um efeito indireto em toda a economia, elevando os preços da produção industrial, agricultura, transporte e outras áreas.
Em sua nota econômica, o banco afirmou que, embora a crise na Ucrânia já esteja afetando as perspectivas de crescimento do país, as implicações seriam terríveis se a Rússia decidisse cortar totalmente o fornecimento de gás para a Itália. No início desta semana, a gigante italiana de energia Eni afirmou que a russa Gazprom cortou seu fornecimento de gás para a Itália em um terço.
O Banco da Itália disse na sexta-feira que, se a oferta for totalmente cortada, o crescimento econômico deste ano aumentará menos de 1%, e tal medida também teria um grande impacto na inflação.
Outro fator que pesa sobre a economia italiana, de acordo com as notícias, é a incerteza política. Olli Rehn, presidente do Banco da Finlândia, disse que o Banco Central Europeu (BCE) está levando em consideração os problemas políticos da Itália enquanto se prepara para a reunião de política do BCE na próxima semana.
Rehn também disse que a crise de energia pode atingir a Itália particularmente devido à situação política.
Com informações de O Globo; da Agência Brasil, citando a Reuters; e da Xinhua
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