O Marrocos reabriu suas fronteiras aéreas ontem, após cerca de três meses sem receber voos internacionais devido à pandemia da nova variante da Covid-19, conforme anúncio do governo marroquino no final de janeiro.
Desde o início de novembro, dias depois da África do Sul ter registrado o primeiro caso de Ômicron, o país havia proibido voos internacionais pelo alto índice de contaminação da doença. O país chegou a reabrir as fronteiras na metade de dezembro, mas as fechou novamente após o vírus ter sido detectado internamente. A restrição foi um duro golpe na indústria do turismo, um dos mais importantes setores da economia do país árabe.
A reabertura, no entanto, é acompanhada por uma série de restrições. Viajantes que chegam ao Marrocos são obrigados a apresentar cartão de vacinação e teste PCR negativo, realizado menos de 48 horas antes do embarque.
Na chegada aos aeroportos, os passageiros terão que passar por testes rápidos de Covid, e testes PCR aleatórios também serão realizados em grupos de passageiros, de acordo com comunicado do governo.
Os turistas poderão ser submetidos a um teste adicional no hotel ou residência 48 horas após a entrada no território marroquino, informou o governo. Os passageiros que testarem positivo deverão se isolar. O governo não especificou se o status de vacinação completo inclui a terceira dose ou dose de reforço.
Um membro do comitê governamental responsável pelas recomendações relacionadas à pandemia informou que os viajantes que receberam a segunda dose da vacina mais de quatro meses antes do voo programado deveriam apresentar certificado de dose adicional.
A reabertura ainda não se estende a viagens marítimas. As fronteiras marítimas marroquinas permanecerão fechadas, em um esforço para conter a propagação da Ômicron, até segunda ordem, de acordo com memorando do Ministério dos Transportes e Logística do Marrocos.
Emitido no último dia 4, o memorando especifica que a restrição não se estende ao transporte marítimo de veículos comerciais e outras formas de transporte marítimo comercial.
Os casos de Covid-19 vêm diminuindo. O Marrocos tem mais de 60% de sua população já vacinada e é o país com as maiores taxas de vacinação do continente africano.
A decisão de fechar fronteiras em novembro passado deixou muitos residentes marroquinos e estrangeiros retidos no exterior, embora alguns voos da Turquia, Portugal e Emirados Árabes Unidos tenham trazido alguns deles para casa.
O setor turístico marroquino foi duramente atingido pela crise da saúde, com uma queda sem precedentes de 71% nas chegadas de turistas em 2021 em comparação com 2019. Vinte milhões de viajantes a menos visitaram o reino, o que gerou uma queda de US$ 91,5 milhões na receita.
Para impulsionar o turismo, o governo planejou um programa de parcerias com operadoras de turismo internacionais e companhias aéreas. Uma campanha publicitária internacional para promover o “destino Marrocos” começará assim que os turistas estrangeiros retornarem.
O governo lançou ainda um plano de emergência de 2 bilhões de dirhams (US$ 214 milhões) para preservar empregos e permitir que as empresas de turismo enfrentem as restrições financeiras devido à perda de atividade.
Agência de Notícias Brasil-Árabe, com informações dos jornais RFI e Morocco World News
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