Ontem foi dia de noticiário ruim sobre a Covid-19 no mundo e preocupação expressada por dirigentes de países e Bancos Centrais. A Bovespa encerrou em queda de 1,10%, com índice em 118.329 pontos, mas ao longo do dia, chegou a vazar a faixa de 117 mil pontos. O dólar encerrou com alta de 0,98% e cotado a R$ 5,36. O Dow Jones virou para negativo no encerramento e Nasdaq terminando ainda em alta de 0,55%.
Hoje mercados começando novamente em queda. Na Ásia, perdas no encerramento, Europa aprofundando perdas nesse início de manhã e futuros dos EUA também na mesma toada. Aqui, vamos seguir o exterior fraco, preocupado com a Covid-19 e variantes, especialmente as encontradas no Brasil e África do Sul, mas também temerosos com indicadores de atividade desacelerando no mundo em janeiro.
Vários governantes e dirigentes se manifestaram preocupados com a retomada da Covid-19 e suas variantes. A União Europeia vai estabelecer novas restrições de mobilidade e viagens no bloco e fora dele. Nos EUA, os casos de Covid-19 parecem estabilizar em algumas regiões, mas as mortes e hospitalizações aumentaram. Nos EUA, a meta é vacinar 100 milhões de pessoas em 100 dias, considerada factível, mas os óbitos devem atingir 500 mil pessoas nos próximos dias. Vai piorar antes de melhorar.
Sobre o Brasil, Joe Biden quer avançar de forma concreta sobre meio ambiente, e Bolsonaro quer destravar o Brasil do ativismo ambiental. Também tivemos indicadores de atividade PMI sendo anunciados para janeiro em diferentes países e regiões como Japão, Reino Unido, Alemanha e Zona do Euro; todos mostrando desacelerações para indústria, serviços e composto (indústria e serviços), o que trouxe maior pressão de queda aos mercados abertos.
No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em Nova Iorque mostrava queda de 2,60% (afetando a Petrobras), com o barril cotado a US$ 51,75. O euro era transacionado em alta para US$ 1,217 e notes americanos de 10 anos com juros em 1,11%. O ouro e a prata também operavam com quedas na Comex e commodities agrícolas com quedas na Bolsa de Chicago.
Aqui, Jair Bolsonaro reforçou em live ontem que não vai ampliar a carga fiscal e se depender dele o projeto de venda de terras aos estrangeiros não vai andar. Já os candidatos do Governo ao Congresso (Câmara e Senado) mostraram discursos opostos ao do ministro Paulo Guedes. Rodrigo Pacheco (Senado) foi mais enfático ao dizer que o teto de gasto não é para ficar intocado.
Na agenda do dia nenhum indicador com maior capacidade de mexer com os mercados, mas os investidores vão ficar ligados no noticiário de Covid-19 e problemas políticos por aqui. Assim, a abertura da Bovespa deve seguir exterior em queda, dólar ainda pressionado e juros com viés de alta.
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Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do Banco Digital Modalmais
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