Um em cada 4 jovens não acha emprego
Os jovens entre 14 a 24 anos foram os mais afetados pelo desemprego no primeiro trimestre deste ano. A taxa subiu de 15,25% no quarto trimestre de 2014 para 20,89% no mesmo período de 2015, avançando entre janeiro e março de 2016 para 26,36%. Entre os adultos até 59 anos, o desemprego atingiu 7,91% no acumulado deste ano até março.
O aumento do desemprego entre os jovens, a perda de renda e o retrocesso da massa salarial são os destaques da Carta de Conjuntura sobre o mercado de trabalho, divulgada pelo Instituto de Pes-quisa Econômica Aplicada (Ipea).
O rendimento médio do trabalho no primeiro trimestre de 2016 alcançou R$ 1.974, inferior a R$ 2.040 registrado no fim de 2014 e início de 2015. Entre fevereiro e abril, a massa salarial chegou a R$ 173 bilhões (considerando reais de março), mesmo patamar em que se encontrava há três anos.
O coordenador do Grupo de Economia (Gecon), José Ronaldo de Castro Souza Júnior, disse à Agência Brasil que tradicionalmente o desemprego entre os jovens é maior que nas demais faixas etárias. A taxa de ocupação de jovens vem caindo desde 2013. O movimento observado é que os jovens estão deixando de ser ocupados para passar à situação de desempregados.
No terceiro trimestre de 2012, a taxa de jovens ocupados atingiu o pico de 44%, caindo para 37% no primeiro trimestre de 2016, enquanto os jovens desocupados, que eram 8% até 2015, subiram para 12,2% este ano. Entre aqueles denominados “nem-nem”, que nem estudam, nem trabalham, a taxa permaneceu estável em 13%.
O primeiro trimestre de 2016 foi marcado pelo fechamento de 323 mil postos com carteira assinada, contra 65 mil no ano passado. O destaque negativo ficou com o segmento industrial da constru-ção civil, com fechamento de 43,9 mil vagas com carteira. Souza Júnior informou que a indústria da transformação também vem demitindo trabalhadores.