Matemágica

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A proposta do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, de que, em vez de anunciar o crescimento de 2,7% no primeiro trimestre, o governo siga o exemplo norte-americano e anualize esse número para 6,6%, é uma arma de dois gumes mesmo para o polianismo mais sincero. Como no primeiro ano do governo Lula o país encolheu 0,2%, pelo mesmo método sugerido por Amorim, se pode antever que, ao fim dos quatro anos desta administração, o Brasil vai recuar 1%.

Dieta do Amorim
Na verdade, esse método, se aplicado a dietas, seria o sonho de todo glutão. O sujeito, no primeiro dia do ano, comeria apenas saladas e frutas. Anualizadas as calorias, fecharia o ano fininho, fininho. Em compensação, o infeliz que começasse a temporada com uma feijoada….

Os caciques
O secretário-geral da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), Rubens Ricupero, fez uma comparação entre as terras destinadas aos índios brasileiros, consideradas excessivas por muito críticos, com a concentração desse insumo na mão de poucos latifúndiários: “Se há muita terra para pouco índio no Brasil, também não haveria muita terra nas mãos de poucos proprietários?”, questionou, recomendando que o governo cuide para que os pequenos produtores rurais, “fornecedores de grandes marcas exportadoras de frangos e outras carnes, tenham remuneração adequada”.

Fôlego
Para o ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero, o investimento produtivo tornará falso o dilema entre crescimento interno e expansão das exportações: “O vigor do agronegócio e de outros setores, que ainda têm margem de capacidade instalada ociosa, pode dar fôlego ao Brasil para aguardar a maturação dos investimentos em setores mais sofisticados, mesmo com a expansão do mercado interno. O Brasil tem condições de se tornar o maior produtor agrícola do mundo. O comércio internacional no Brasil cresceu 21% em 2003, contra 4,7% da média mundial e, em 2004, o comércio no âmbito da OCDE deve crescer 8,6%, o que é bom para o Brasil. Em 2005, EUA e Japão devem puxar o crescimento da OCDE para 10,2% e tudo leva a crer que as condições internacionais vão continuar favoráveis”, frisou, reconhecendo, contudo, que aço, papel e minério são setores próximos de atingir a máxima capacidade instalada e exigirão investimentos pesados para expandir a oferta.

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Esqueletos
O nome do novo esqueleto a cair no colo  do governo Lula atende pelo nome de Assertron. A sigla, embora desconhecida por boa parte dos brasileiros, representa um contingente que pode chegar a 15 mil pessoas. Trata-se da Associação dos Servidores em Transição do Ex-Território para o Estado de Rondônia (Assertron), cuja situação se arrasta há quase 20 anos. A associação também está em pé de guerra com a senadora Fátima Cleide (PT-RO), devido à disputa pela autoria da lei que garante a integração dos funcionários à União.

Estratégias
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Rio, Humberto Motta, participa, hoje, às 12h30, do almoço promovido pelo Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro – (CDL-RIO), na Rua da Alfândega 111/4º andar.

Frustração
O discurso do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, durante a posse do ministro Nelson Jobim na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), que incomodou o Planalto e colunistas chapa branca, tem recebido forte apoio na categoria. Seções da OAB, como a do Rio Grande do Sul, além do antecessor de Busato no cargo, Rubem Aprobato, se solidarizaram com o discurso. Para o presidente da OAB-RS, Valmir Batista,  o presidente da OAB expressou “o sentimento da sociedade brasileira”, de grande expectativa no governo Lula e que, hoje, “um sentimento de frustração total”.

Apoio
Toda empresa aeronáutica precisa de apoio do Estado. A frase foi dita pelo presidente da ex-estatal Embraer, Maurício Botelho. Pelo visto, privados só os lucros.

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