Mater Dei realiza segunda emissão de debêntures

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(foto: divulgação)

A Fitch Ratings afirmou o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA+(bra)’ da rede hospitalar Mater Dei S.A. (Mater Dei) e de sua segunda emissão de debêntures quirografárias. A perspectiva do rating corporativo é estável.

A agência de classificação de risco de crédito explica que o rating do grupo se apoia na resiliência de seu fluxo de caixa operacional, testada em um ambiente operacional desafiador, e nos sólidos fundamentos de demanda do setor hospitalar a longo prazo. Também incorpora a expectativa de maturação dos ativos hospitalares da companhia e a manutenção de perfil financeiro conservador, com liquidez adequada e alavancagem líquida projetada inferior a 2,5 vezes, em bases recorrentes. A escala mediana e a moderada diversificação geográfica do Mater Dei no fragmentado setor hospitalar do país limitam sua classificação.

A perspectiva estável se apoia na expectativa de maturação gradual dos ativos da companhia, que contribuirá para o contínuo fortalecimento da sua geração operacional de caixa e margens, aliado à manutenção das fortes métricas financeiras no horizonte do rating.

Fundada em 1980, o Mater Dei possui perfil financeiro conservador e um cronograma de vencimento de dívida administrável. Ao final de 2024, a empresa reportou caixa e aplicações financeiras de R$ 675 milhões, reforçados pelos recursos provenientes da venda do Grupo Porto Dias, no valor de R$ 401 milhões. Este montante é suficiente para cobrir os vencimentos de dívida até o final de 2026, que somam aproximadamente R$186 milhões.

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A dívida total no período, de R$ 1,6 bilhão, era composta, principalmente, por debêntures (56%) e financiamentos junto ao Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB, 24%). A companhia apresenta uma concentração de vencimentos de dívida a partir de 2027, quando se inicia a amortização de sua primeira emissão de debêntures.

O Mater Dei possui nove hospitais com um total de 2.212 leitos, dos quais 1.187 estavam operacionais no quarto trimestre de 2024. A venda do Grupo Porto Dias, concluída em setembro de 2024, reduziu sua capacidade em 388 leitos. No entanto, a empresa ainda mantém sua posição como a terceira maior rede privada hospitalar não verticalizada do Brasil, em número de leitos, com presença significativa na região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), em Minas Gerais (MG). A recém-inaugurada unidade de Nova Lima (MG), somada às expansões previstas para os hospitais adquiridos nos próximos anos, deverá compensar, em parte, a perda de leitos com a desconsolidação do Porto Dias, fortalecendo gradualmente a escala da companhia no setor.

Margens operacionais

O Mater Dei tem conseguido manter a rentabilidade de suas operações maduras em níveis elevados (acima de 25%). No entanto, a expansão para novos mercados, com dinâmicas de preço e fontes pagadoras distintas, e os investimentos necessários para ampliar a oferta de serviços e especialidades médicas nos novos hospitais impactaram a rentabilidade consolidada. O cenário de rating projeta um Ebitda pré-IFRS de aproximadamente R$ 485 milhões em 2025 e R$ 580 milhões em 2026, com margens entre 21% e 22%, que se comparam a R$ 435 milhões e 19,5%, respectivamente, em 2024.

A Fitch acredita que a melhoria esperada da taxa de ocupação dos leitos nos hospitais existentes e o aumento da complexidade dos tratamentos oferecidos devem contribuir para um crescimento gradual da rentabilidade nos próximos anos. A unidade de Salvador, inaugurada em maio de 2022, atingiu o ponto de equilíbrio em 2023, mas a concentração dos credenciamentos no segundo semestre limitou maiores avanços no resultado desta unidade em 2024, com estimativa de recuperação em 2025. A unidade de Nova Lima deverá contribuir positivamente para o resultado consolidado a partir de 2026.

A alta dos juros deve resultar em um maior consumo da geração operacional de caixa da companhia em 2025, ainda que parcialmente contrabalançado por expectativas de menores pressões no capital de giro após a venda de Porto Dias. O Mater Dei deve reportar fluxo de caixa das operações (CFFO) próximo a R$ 134 milhões em 2025 e a R$ 215 milhões em 2026. O fluxo de caixa livre (FCF) deve ser positivo em 2025, em torno de R$ 44 milhões, beneficiado pela redução dos investimentos para R$ 65 milhões no ano, destinados principalmente à manutenção, e negativo em torno de R$ 45 milhões em 2026, após capex entre R$ 200 milhões e R$ 220 milhões, que inclui a retomada dos investimentos em expansão, em linha com o patamar de 2024. O cenário-base também considera a distribuição de dividendos de R$ 25 milhões em 2025 e equivalentes a 25% do lucro líquido do ano anterior a partir de 2026.

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