MB Labs: nicho, competição e sinergia

Nesta entrevista, Renan Basso explica a mudança de foco da MB Labs para o atendimento de empresas do mercado financeiro.

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Renan Basso (foto MB Labs)
Renan Basso (foto MB Labs)

Conversamos sobre a MB Labs com Renan Basso, cofundador e diretor de negócios da empresa especializada em consultoria e desenvolvimento de aplicativos e plataformas digitais.

O que faz a MB Labs?

A MB foi fundada há 10 anos e nasceu para atender o desenvolvimento sob medida de aplicativos e plataformas. A empresa cresceu e nichou, sendo que uma das suas principais verticais é o mercado financeiro, para o qual nós criamos várias soluções. Nesse setor, nós continuamos fazendo projetos sob medida, que continua sendo o nosso DNA, mas nós temos produtos pré-prontos, como um cartão para supermercadista onde só se pode comprar no próprio supermercado e uma solução para bancos digitais onde se consegue reduzir em até 70% o seu tempo de lançamento. Tecnicamente, esse é um nicho B2B pequeno, mas, financeiramemnte, gigantesco.

Mas a MB Labs tem uma pegada de BaaS (Bank as a Service)?

Nós somos parceiros de soluções de BaaS. Essas empresas não fazem a camada do front-end, que é o aplicativo, pois elas vão até a API. Algumas fazem, mas, geralmente, são empresas de BaaS que querem clientes menores e que já possuem uma solução mais empacotada, vendendo o BaaS junto com o front. Nós miramos nas grandes empresas que vão atrás de um BaaS, mas que querem uma solução proprietária.

Nós temos soluções empacotadas, onde eu sou parceiro desse BaaS, mas o nosso DNA é customizar, até porque nós acreditamos que a camada do front-end é o diferencial. Não é o Pix e a tarifa que fazem um banco crescer.

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Como se deu o foco no mercado financeiro?

Isso foi muito natural. Nós tínhamos muitas empresas do varejo com mobile commerce. Como muitas dessas empresas começaram a querer ofertar seus cartões, nós fomos contratados como uma solução de software house onde nós fazíamos o front. Com isso, nós começamos a entender que existia uma demanda que era replicável, pois tínhamos outros clientes do varejo que queriam sair do carnê físico para o carnê em cartão. Isso foi antes do Bacen criar as instituições de pagamento.

Esse foi o start. Um parceiro, que era emissor de cartão, viu que nós tínhamos uma solução e começou a nos recomendar para seus clientes de varejo. A nossa estratégia passou a ser entender a dor do parceiro para criar uma solução que completasse a sua solução. Isso porque como o front tem muita customização, pois cada um quer de um jeito, mesmo que o parceiro que emite o cartão tenha um padrão de White Label, é ruim para ele ficar customizando, pois o seu negócio é melhorar a solução de emissão de cartão.

Quando nós entendemos que essas soluções eram replicáveis, nós nos tornamos parceiros de todas as empresas que desenvolvem soluções de bancos digitais.

Como a MB Labs avalia a competição nesse mercado?

No setor onde nos encaixamos, que é especialista em front que faz customizações, não existem tantas empresas que topam entrar nesse deal. São pouquíssimas as que se propõem a fazer front-end de banco customizado e alocação de squad para banco pré-pronto. Agora, no âmbito de fábricas de software genéricas, existem centenas de empresas, e a competição é um oceano vermelho. É por isso que a forma de nos destacar foi nichando no mercado financeiro.

Como está a entrada da MB Labs no setor agropecuário?

Nós patrocinamos o Garage com a intenção de nos aproximar das indústrias do agronegócio para provocarmos fintechzação e ofertarmos o mundo de banking, sendo que nós atendemos duas das principais empresas do agronegócio do país: a Syngenta e a L5 do Grupo Amaggi.

Estrategicamente, como a MB Labs está organizada?

Nós temos quatro empresas: a MB Labs, a Banqueiro, a Engage X e a Talento, sendo que existe sinergia entre todas elas. A Talento é uma ferramenta especializada no recrutamento e seleção de pessoas do mercado de tecnologia. Como nós entrevistamos muitas pessoas, mas não conseguimos contratar todas as que gostamos, isso virou uma base de dados. Ao mesmo tempo, nós queremos ajudar as empresas a fazer um processo seletivo um pouco mais orientado à tecnologia, pois empresas de tecnologia, às vezes, não sabem fazer um processo seletivo que faça sentido. Foi para isso que nós criamos a Talento.

Uma vez que esse colaborador entra na empresa e tem toda uma jornada para se engajar, entra o Engage X, que é um aplicativo para o RH da empresa aproximar, treinar, motivar e conhecer o colaborador. Ou seja, uma solução fala com a outra.

O Banqueiro veio pela oportunidade que vimos por conta do crescimento das instituições de pagamento, que tem uma sinergia muito grande com a MB Labs. Ele é a plataforma pré-pronta de front de bancos digitais, sendo que a MB Labs é a responsável pelas customizações que, eventualmente, precisam ser feitas em dele. Cada vez mais, nós acreditamos que vamos fazer spin-offs que vão sair dessas empresas.

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