Os preços dos medicamentos vendidos aos hospitais no Brasil registraram alta de +0,64% em fevereiro deste ano, de acordo com o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), indicador desenvolvido pela Fipe em parceria com a healthtech Bionexo. O desempenho representou a terceira alta consecutiva do índice, após os avanços em dezembro do ano passado (+0,19%) e janeiro deste ano (+0,27%). No acumulado de 2022, o IPM-H apresenta uma variação total de +0,91%.
O resultado ficou abaixo da inflação medida no período pelo IPCA/IBGE (+1,01%) e do IGP-M/FGV (+1,83%), mas acima da taxa média de câmbio (-6,10%).
A variação positiva do índice em fevereiro foi impactada pelos grupos sistema nervoso (+8,10%), preparados hormonais (+2,30%), sangue e órgãos hematopoiéticos (+1,74%), aparelho geniturinário (+0,86%), imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+0,86%) e órgãos sensitivos (+0,67%). Por outro lado, houve recuo nos preços dos grupos anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (-3,31%), aparelho respiratório (-1,62%), aparelho digestivo e metabolismo (-1,19%), sistema musculoesquelético (-0,65%), agentes antineoplásicos (-0,64%) e aparelho cardiovascular (-0,64%).
O IPM-H já acumula uma alta de +5,77% nos últimos 12 meses, encerrados em fevereiro de 2022. No mesmo período, a taxa está abaixo da variação da inflação medida pelo IPCA/IBGE (+10,41%) e do IGP-M/FGV (+16,12%), porém acima da taxa de câmbio (-4,06%). Nesse cenário, contribuíram para o resultado as variações sobretudo nos grupos preparados hormonais (+26,44%), sangue e órgãos hematopoiéticos (+24,76%), imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+15,93%), órgãos sensitivos (+11,65%), sistema nervoso (+10,71%), aparelho geniturinário (+9,82%), aparelho respiratório (+8,59%), e agentes antineoplásicos (+0,24%).
Em contrapartida, quatro grupos de medicamentos não apresentaram avanço no período: sistema musculoesquelético (-12,63%), anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (-5,85%), aparelho cardiovascular (-5,37%) e aparelho digestivo e metabolismo (-1,73%). Nessa perspectiva, a oscilação mensal do IPM-H em fevereiro de 2022 foi ligeiramente superior à média histórica do índice para esse mês desde o ano de 2015 (+0,22%), sendo superada somente pelo comportamento registrado pelo índice em fevereiro de 2020 (+1,70%). A variação acumulada do IPM-H em 12 meses, por sua vez, passou de +20,22%, no pico da pandemia (abril de 2021), para +5,77%, no último mês (fevereiro de 2022) – comportamento compatível com o histórico pré-pandemia do índice.
Segundo pesquisa realizada pelo aplicativo Farmácias App, houve um aumento de 53% no faturamento do varejo farmacêutico em 2021, quando comparado com o ano de 2020.
Segundo a companhia, no top 5 categorias de medicamentos mais vendidos no ano de 2021, antidepressivos e reguladores de humor aparecem na primeira posição, com 4,4% do faturamento total do mercado farmacêutico. Logo após, estão analgésicos não-narcóticos e antipiréticos, com 3,6%, seguidos de preparos para regulação de colesterol e triglicérides, com 3,3%, antiulcerosos com 2,9% e, por último, antirreumáticos sem esteroides com 2,7%.
No comparativo com 2020, as classes de medicamentos que mais cresceram em 2021 foram, respectivamente, os agentes diagnósticos – medicamentos que auxiliam em exames – que representaram um aumento de 122,7%; soluções hospitalares, como intravenosas e dilatadores de plasma, com 101,4%; antineoplásicos e imunomoduladores, como hormônios sintéticos para tratamento de câncer, com 88,1%; itens de enfermaria e ortopedia com 73,8% e, por fim, medicamentos para o sangue e órgãos hematopoiéticos, como antianêmicos e antitrombóticos, com 68,1%.
Por região, o Sudeste foi responsável por 48,6% do índice de compras em farmácias no ano passado. Logo após, o Nordeste com 19,6%, seguido do Sul com 16,3%, Centro-Oeste com 9,4% e, por último, a Região Norte com 6,0%. Em comparação com 2020, o Sul apresentou um crescimento de 61,1%. Em seguida, a Região Norte com 56,6%, Sudeste com 55,6%, Nordeste com 53,1% e, com apenas 31,4%, o Centro-Oeste ocupa o último lugar. Por cidades, São Paulo aparece em primeiro lugar, sendo responsável por 24,7% do valor de faturamento das farmácias. Em seguida, Minas Gerais com 11,3%, Rio de Janeiro com 10,7% e, por fim, o Rio Grande do Sul com 6,3%. Em relação a 2020, Santa Catarina foi a cidade com o maior crescimento em 2021, com um aumento de 69,8% no faturamento das farmácias. Enquanto Goiás apresentou o menor desempenho, com um crescimento de apenas 6,6%.
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