Melhora de indicadores não chega ao mercado de trabalho

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A relativa melhora que alguns indicadores de atividade econômica vêm demonstrando nestas últimas semanas (avanço das exportações e do superávit comercial, reativação da produção industrial, queda nos índices de inadimplência) ainda está passando ao largo do mercado de trabalho.
Conforme informou o IBGE na manhã de ontem, a taxa de desemprego aberto de outubro atingiu 7,4%, contra 6,6% observada em outubro do ano passado. Efetuando-se os devidos ajustes sazonais, o desemprego subiu de 7,6% em setembro para 7,7% em outubro.
Voltando-se aos dados da séria original (isto é, com sazonalidade) os 7,4% registrados no mês passado só perdem para os outubros de 1998 e 1999, quando a taxa de desemprego aberto bateu 7,5%. Mas como a Taxa de Atividade (relação entre a População Economicamente Ativa e a População em Idade Ativa) hoje é menor (57% em outubro de 2002 contra 57,5% e 58,3% em outubro de 1999 e 1998, respectivamente), a situação do desemprego hoje em dia é bem pior que naqueles anos. A queda na Taxa de Atividade revela que pessoas estão deixando de procurar emprego e indo se virar de alguma outra forma.
Sem dúvida, reverter o quadro sombrio do mercado de trabalho brasileiro é o grande desafio para o governo que assumirá o país a partir de janeiro.

Luiz Rabi
Economista-chefe do BicBanco

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