A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, recebeu, no dia 28 de outubro, o presidente eleito da Venezuela, González Urrutia, Prêmio Sakharov 2024, sancionado pelo Parlamento Europeu pela liberdade de pensamento, e sublinhou o compromisso da Itália em restaurar a democracia no país sul-americano. Edmundo González Urrutia foi reconhecido, em setembro, pelo Parlamento Europeu como presidente legítimo da Venezuela, após as eleições realizadas há três meses, que, segundo o Ocidente e ONGs internacionais, foram marcadas por fraudes.
Em seu perfil no Instagram, a primeira-ministra Giorgia Meloni relatou o encontro com o líder da oposição venezuelana, Edmundo González Urrutia, ocorrido no Palazzo Chigi, com as seguintes palavras publicadas junto com uma foto: “Hoje recebi Edmundo González Urrutia, Prêmio Sakharov pela liberdade de pensamento, no Palazzo Chigi. Ao felicitá-lo pela recente atribuição do reconhecimento, sublinhei a prioridade dada pelo governo italiano à situação na Venezuela, também no contexto da presidência rotativa do G7, e o apoio assegurado aos esforços em curso para facilitar a democracia e a transição pacífica, que corresponde à vontade do povo venezuelano”.
Meloni reiterou, ainda, o apelo ao fim imediato das violações dos direitos humanos, das detenções arbitrárias e das restrições às liberdades fundamentais, em particular contra a oposição política, como se lê no site da Presidência do Conselho italiano.
Para González Urrutia, foi “uma excelente reunião”. Ele afirmou: “Compartilhamos a preocupação com a repressão e a violação dos direitos humanos por parte do regime na Venezuela, bem como com a perseguição aos líderes políticos venezuelanos. Este é um tema que causa muito alarme entre líderes e representantes de países democráticos”, escreveu o político venezuelano na plataforma.
Da mesma forma, agradeceu o empenho da Itália, “à frente do G7”, e a referência feita à Venezuela na Assembleia Geral das Nações Unidas: “Pedi, ainda, que esse trabalho continue, na expectativa da Cúpula do G20”.
“Existe um vínculo, há gerações, entre a Itália e a Venezuela, que ambos estamos empenhados em honrar” — acrescentou González Urrutia. “Foi uma honra falar com a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra da Itália”.
Por sua vez, a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, falou, na quinta-feira, dia 31 de outubro, em um fórum no Parlamento italiano sobre a situação em seu país e apelou a uma pressão maior pelo fim do regime de Nicolás Maduro, “aumentando o custo da permanência dele no poder”.
“Em nome de todos os venezuelanos, quero agradecer ao povo da Itália, ao governo e ao parlamento italianos e a todos os grupos políticos que hoje apoiam a causa da democracia e da liberdade no nosso país e que acompanham nossa ação, porque a Venezuela será livre”, afirmou ela em vídeo gravado, já que não pôde intervir telematicamente ao vivo, conforme planejado.
Edoardo Pacelli é jornalista, ex-diretor de pesquisa do CNR (Itália), editor da revista Italiamiga e vice-presidente do Ideus.