Mercado aprova

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Contrariando a histeria dos porta-vozes dos rentistas na mídia tupiniquim diante da queda da Selic, o mercado financeiro, mais uma vez, provou ser mais pragmático do que ideológico e aprovou a redução dos juros pelo BC. No primeiro dia após a decisão, a Bovespa, que chegou a subir 3,62%, aos 58.589 pontos, fechou em alta de 2,87%, em 58.118 pontos.

Lições de 2008
A decisão do Banco Central de reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto sinaliza que, diferentemente da leniência exibida diante da crise de 2008, quando levou quatro meses para, enfim, reduzir a Selic em apenas um ponto percentual, o BC pode mostrar maior sintonia com um projeto de desenvolvimento nacional. Na contramão de um  mundo que marchava para juros reais negativos ou próximos de zero, o BC tupiniquim, que já ostentava a maior taxa do mundo, foi lento e insuficiente na queda ao enfrentar a crise, o que custou ao Brasil a recessão em 2009, que só não foi mais profunda graças a medidas de estímulo fiscal e creditício adotadas pelo Governo Lula.
Três anos depois, espera-se que a lição tenha sido aprendida. No entanto, diante da excrescência e da imoralidade que representam os juros praticados pelo Brasil num mundo em recessão, a queda de 0,5 ponto é insuficiente. Por isso, deve ser vista mais como uma sinalização de mudança de rota do que um ato que se restrinja a um movimento isolado.

Dilma x FH
Às vésperas da eleição para presidente da República, em 1998, o então presidente FH em busca da reeleição sofria duras críticas do PT e de outros setores sociais pelos escandalosos juros praticados por seu governo. No seu programa eleitoral à tarde, o tucano prometeu que baixaria as taxas. No mesmo dia, poucas horas depois, a nomenclatura do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, em nova canetada, jogou a taxa básica de juros (Selic) para cima. Dizem os especialistas no ex-presidente Itamar Franco – cuja candidatura fora implodida por FH pelos métodos pouco ortodoxos com que operava a base aliada tucana – a partir daquele dia, passou a desconsiderar o que então presidente dizia. Também por isso, é dignificante ter uma presidente como Dilma Rousseff

“Ayer”& “Hoy”
“Tal como está, o sistema educacional chileno é uma máquina de desigualdades. Chegou a hora de fazer uma cirurgia maior (no modelo).” O diagnóstico e a noção da urgência da mudança foram feitos por… Sebastian Piñera, em entrevista, em 2006, pouco depois de ser derrotado por Michelle Bachelet, na sua primeira tentativa de ser eleito presidente do Chile. Com o título “À atitude passiva, prefiro que os estudantes se levantem”, a entrevista faz sucesso nas redes sociais chilenas. Nela, o então oposicionista Piñera dizia: “Prefiro mil vezes ver os secundaristas se levantarem contra a má educação, que nos condena à desigualdade e à injustiça, que vê-los indiferentes ao que ocorre no nosso país.”

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“Berlusconices”
O pacote que o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, quer ver aprovado pelo Parlamento local pretende até transformar nos feriados nacionais. Pela proposta, alguns deles passariam a serem festejados no fim de semana, para evitar feriados prolongados. Além de tosca e de ganho residual, a idéia expõe o mesmo viés unilateral de alguns empresários tupiniquins, para os quais feriado é sinônimo de prejuízo econômico, desconsiderando os ganhos exponenciais como os dos setores de turismo, bares, restaurantes.

Classe o quê?
Na contramão dos que confundem mudanças de hábito de consumo com ascensão social, o vice-presidente da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado estadual Paulo Ramos (PDT), ironiza a “nova classe média” identificada por acadêmicos e setores do mercado financeiro: “O IBGE diz que quem ganha de R$ 1 mil a R$ 4 mil é classe média. Eu não sei que classe média é essa. O Dieese cita a Constituição e diz que o salário mínimo é inconstitucional, porque não permite ao trabalhador gastos com alimentação, vestuário, moradia, educação, saúde e outros. Estamos diante de um quadro extremamente lamentável”, criticou.

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