Mercado de fusões e aquisições movimenta R$ 140,5 bi no semestre

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De acordo com o Relatório da Transactional Track Record e LexisNexis sobre o mercado de fusões e aquisições brasileiro, de abril a junho de 2017 foram registradas 245 transações, um pequeno crescimento de 4,7% comparado ao ano passado. Deste total, 104 operações tiveram valores divulgados que somam R$ 63,3 bilhões, aumento de 121% em relação ao 2T16. Entre os subsetores mais ativos do trimestre, estão Tecnologia (47 transações), Financeiro e Seguros (36) e Distribuição e Retail (25). O balanço final do primeiro semestre foi de 513 transações e R$ 140,5 bilhões, um valor 175% maior que o período homônimo. Destaque para o setor Financeiro e Seguros, que cresceu 53%.

No panorama latino-americano, o Brasil se destaca com o maior número de transações domésticas no primeiro semestre de 2017, um total de 349. O país continua na mira dos mercados estrangeiros e foi protagonista de 109 aquisições inbound, mais que o dobro do mercado mexicano, que registrou 48 operações cross-border inbound.

O poder de compra do país no exterior é inferior ao de Chile e México. Ambos os países realizaram mais aquisições no exterior (20 e 33 respectivamente) do que o Brasil, que somou 19 transações outbound no semestre. O número de desinvestimentos estrangeiro em participadas brasileiras chegou a 39, o dobro dos demais países latinoamericanos.

A maior transação do trimestre na América Latina ocorreu em território brasileiro: a aquisição da Nova Transportadora do Sudeste (NTS) pela Brookfield Asset Management por R$ 13,2 bilhões.

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O país que mais adquiriu negócios no Brasil foi os EUA, com o saldo de 35 transações e investimento de R$ 12,3 bilhões no primeiro semestre de 2017. Na sequência por número de operações estão França e Alemanha.

O país norte-americano foi também o alvo dos investimentos brasileiros, que adquiriu 11 empresas e aplicou R$ 511 milhões nos EUA de janeiro a junho de 2017. O maior valor investido no exterior foi realizado no Reino Unido, onde o Brasil injetou R$ 3,7 bilhões em uma única transação ainda em andamento. A Natura, empresa de cosméticos, fragrâncias e higiene pessoal, assinou contrato para adquirir 100% das ações de emissão da The Body Shop, empresa que se dedica à fabricação e comercialização de cosméticos e produtos de beleza detida pela L’Oréal.

No segundo trimestre de 2017, o TTR registrou 27 operações de private equity, um aumento de 23% em relação ao mesmo período de 2016. Deste total, 12 revelaram valores que somam R$ 7,6 bilhões, crescimento de 62%. Entretanto, o acumulado do semestre é inferior ao ano passado: 44 transações – uma redução de 19% – e R$ 9,9 bilhões. O setor mais ativo foi o de Saúde, Higiene e Estética, com sete operações e um crescimento de 40%. A gestora destaque do semestre é a Pátria Investimentos, que participou de cinco transações contabilizadas no TTR.

Já no cenário de venture capital, foram registradas 44 operações, que revelaram valores de aproximadamente R$ 1 bilhão, um aumento de 188% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. O acumulado do semestre totalizou em 87 transações e o valor de R$ 1,5 bilhão. O subsetor mais ativo foi Tecnologia (43). O fundo destaque foi o Bossa Nova Investimentos, com 17 operações computadas no database.

A maior operação do período foi escolhida também pela TTR como transação do trimestre: a conclusão da venda de uma participação no capital social da Nova Transportadora do Sudeste (NTS) para a Brookfield Asset Management. O valor total recebido pela vendedora Petrobras é composto de US$ 2,59 bilhões, referentes à venda das ações, e US$ 1,64 bilhões de debêntures conversíveis em ações emitidas pela NTS. O restante, US$ 850 milhões, será pago em cinco anos e atualizado no período.

A NTS opera uma rede de gasodutos na Região Sudeste. A operação faz parte do programa de parcerias e desinvestimentos que totalizou US$ 13,6 bi no biênio 2015-2016.

A Petrobras contou com a assessoria financeira do Banco Bradesco BBI e jurídica do escritório Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, bem como do Hogan Lovells Brasil. Já a Brookfield foi assessorada pelos escritórios Pinheiro Neto Advogados, Torys e Norton Rose Fulbright.

O ranking financeiro de fusões e aquisições trimestral, ordenado por valor revelado, é liderado pelo Banco Bradesco BBI, que acumula R$ 9,3 bilhões e 11 operações. Na sequência estão Morgan Stanley e Banco Itaú BBA, com R$ 8,3 bilhões e 6,5 bilhões, respectivamente.

O ranking jurídico ordenado por valor é liderado pelo escritório Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, com o acúmulo de R$ 23 bilhões só nos primeiros seis meses de 2017 e 25 transações. Em seguida, estão os escritórios Pinheiro Neto Advogados, com R$ 15 bilhões, e Vieira Rezende Advogados, que em 2016 não fazia parte do ranking e conquistou a terceira colocação do trimestre com o acumulado de 12,5 bilhões.

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