Mercado de trabalho da construção registrou resultado positivo

Confiança do setor caiu em março, com a avaliação mais negativa do ambiente de negócios

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Construção infraestrutura (Foto: Daniel Reinhardt/CE)
Construção infraestrutura (Foto: Daniel Reinhardt/CE)

O mercado de trabalho da construção apresentou um resultado positivo pelo segundo mês consecutivo, conforme dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho.

Em fevereiro de 2024, foram geradas 35.053 novas vagas com carteira assinada, um aumento significativo de 55,88% em relação ao mesmo período do ano anterior, que registrou 22.487 novas vagas. Com esse resultado, o total de trabalhadores formais no setor cresceu 6,71%, passando de 2,651 milhões em fevereiro de 2023 para 2,830 milhões em fevereiro de 2024.

Esse desempenho positivo é atribuído ao crescimento dos três segmentos da construção. A construção de edifícios liderou, gerando 13.891 novos postos de trabalho, representando quase 40% do total de novos empregos no setor. A infraestrutura contribuiu com 9.924 novos postos, enquanto os serviços especializados para a construção foram responsáveis por 11.238 novos empregos.

É importante ressaltar que, desde 2021, o mercado de trabalho do setor registrou um número de demissões superior ao de admissões em apenas cinco meses: dezembro de 2021; novembro e dezembro de 2022; e novembro e dezembro de 2023.

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No entanto, os resultados negativos nos últimos dois meses do ano são considerados sazonais e previsíveis. Assim, o mercado de trabalho da construção continua contribuindo para a criação de novos empregos com carteira assinada, destacando ainda mais sua importância para a economia brasileira.

Já o Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV) caiu 1,0 ponto em março, atingindo 96,6 pontos, revertendo mais da metade de alta observada no mês passado. Na média móvel trimestral, o índice ficou relativamente estável ao variar 0,2 ponto.

“O avanço dos dois últimos meses não se sustentou: a confiança setorial caiu com a avaliação mais negativa em relação ao ambiente de negócios. As dificuldades de acesso ao crédito e à mão de obra qualificada continuam afetando parcela expressiva das empresas. No entanto, o setor se manteve otimista em relação à demanda dos próximos meses. Vale destacar o segmento de Preparação de terrenos, que é antecedente ao ciclo de produção, que registrou melhora expressiva da atividade em março, reforçando as perspectivas mais favoráveis para o setor. Na comparação com o último trimestre de 2023, o primeiro trimestre deste ano termina com melhora da confiança”, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do Ibre.

O resultado do ICST deste mês foi influenciado pela piora das avaliações sobre o momento atual e das perspectivas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST), que teve maior influência na queda, recuou 1,4 ponto, para 94,1 pontos. Esse declínio foi exclusivamente atribuído ao indicador de situação atual dos negócios, que caiu 3,2 pontos, para 93,5 pontos. Por outro lado, o indicador de volume da carteira de contratos teve aumento de 0,3 ponto, alcançando 94,6 pontos.

Por sua vez, o Índice de Expectativas (IE-CST) apresentou uma queda mais modesta de 0,3 ponto, para 99,4 pontos. Os dois indicadores que compõem o índice tiveram variações opostas: o de demanda prevista para os próximos três meses subiu 1,0 ponto, para 100,5 pontos, enquanto o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses cedeu 1,6 ponto, para 98,2 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade variou 0,2 ponto percentual, para 78,3%. O Nuci de mão de obra permaneceu estável neste mês, mantendo-se nos 79,7%, enquanto o de máquinas e equipamentos cedeu 0,8 p.p., para 73,5%, respectivamente.

As empresas do segmento de infraestrutura, especialmente, de obras viárias, chegaram ao fim do primeiro trimestre com os maiores índices de confiança. No entanto, na comparação com o último trimestre de 2023, a maior alta relativa ocorreu entre as empresas do segmento de obras residenciais. Nesse segmento, o Índice de Expectativas (média do trimestre) avançou mais de 22 pontos, refletindo o otimismo dessas empresas com a demanda prevista.

“Se em 2023, o mercado imobiliário mostrou grande resiliência ante as altas taxas de juros, em 2024, há forte expectativa de retomada mais vigorosa das vendas”, observou Ana Castelo.

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