Mercado está digerindo ‘positivamente’ decisões do BC

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Edifício sede do Banco Central do Brasil. Fotos produzidas pelo Senado
Edifício sede do Banco Central do Brasil. Fotos produzidas pelo Senado

O mercado parece por ora não acreditar numa terceira onda (da pandemia de Covid-19), mesmo com dados recentes de aumento marginal de contaminação e morte em algumas cidades. Na atual fase das vacinas e considerando exemplos de outros países, é improvável que ocorra. A opinião é do economista João Beck, sócio da BRA, escritórios credenciados da XP Investimentos.

Em nota à reportagem do Monitor Mercantil, o economista disse que depois da postura mais firme tanto do FED, banco central dos EUA, quanto do Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central, na última quarta-feira, o mercado digere como positivo uma postura mais responsável com a inflação dos dois Bancos Centrais.

O Banco Central elevou de 4,85% para 5% a projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, para 2021. As estimativas constam do boletim Focus desta segunda-feira, divulgado semanalmente pelo BC, com a projeção para os principais indicadores econômicos. “O Boletim Focus deu um tom positivo nas mesas, principalmente por causa de uma sinalização de inflação mais baixa”, disse Beck.

Para 2022, a estimativa de inflação se manteve em 3,78%. Tanto para 2023 como para 2024, a previsão para o índice se mantém em 3,25%. A estimativa para 2021 supera o limite da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. O centro da meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%. O centro da meta de inflação para 2022 é 3,50% e para 2023, 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para os dois anos.

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Selic

O principal instrumento usado pelo BC para alcançar a meta de inflação é a taxa básica de juros (Selic), que é fixada pelo Copom. A Selic, taxa básica de juros, está em 4,25% ao ano. Ela foi definida no dia 16 de junho pelo Copom, que decidiu subir a taxa 3,5% para 4,25% – a terceira alta consecutiva de 0,75 ponto percentual.

A previsão das instituições financeiras para a Selic em 2021 registrou alta, passando dos 6,25% previstos há uma semana para 6,50%, conforme o boletim Focus desta semana. O mesmo índice é esperado para 2022, 2023 e 2024.

PIB

Para 2023 e 2024, o mercado financeiro a projeção é de expansão do PIB em 2,50%. Em relação a 2022, houve um recuo na expectativa, com um crescimento anual menor do que o projetado há uma semana. A projeção caiu de 2,2% para 2,1%. A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 5,82% para 5,90%.

Conforme o Boletim Focus, com relação ao valor do dólar, a expectativa do mercado para o valor da moeda norte-americana está menor do que a registrada na semana passada, passando de R$ 5,18 para R$ 5,10. Para os três anos seguintes, a projeção é estável, em R$ 5,20 para 2022; em R$ 5,10 para 2023 e em R$ 5 para 2024.

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