Mercado financeiro reduz previsão da inflação para 5,2%

BC: estimativa para o PIB é de 2,21% este ano; para especialista, números mostram uma economia que avança com cautela

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Edifício-sede do BC (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)
Edifício-sede do BC (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – passou de 5,24% para 5,20% este ano. A estimativa está no Boletim Focus de hoje, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central, em Brasília, com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2026, a projeção da inflação permaneceu em 4,5%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 4% e 3,83%, respectivamente.

A estimativa para 2025 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

Em maio, a inflação oficial fechou em 0,26%, pressionada principalmente pelo aumento da energia elétrica residencial. O resultado mostra desaceleração após o IPCA ter marcado 0,43% em abril. O índice – divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – acumula taxas de 2,75% no ano e de 5,32% em 12 meses.

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Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Apesar do recuo recente da inflação, as incertezas em relação à economia fizeram o colegiado elevar os juros em 0,25 ponto percentual na última reunião, neste mês, sendo o sétimo aumento seguido da Selic em um ciclo de contração na política monetária.

Em ata, o Copom informou que deverá manter os juros no mesmo patamar nas próximas reuniões, enquanto observa os efeitos do ciclo de alta da Selic sobre a economia. No entanto, não descartou mais aumentos, caso a inflação suba.

A decisão surpreendeu parte do mercado financeiro, que não esperava um novo aumento e, nesse cenário, a estimativa dos analistas é que a taxa básica encerre 2025 em 15% ao ano. Para o fim de 2026, a expectativa é de que a taxa básica caia para 12,5% ao ano. Para 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida novamente, para 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.

A estimativa das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano se manteve em 2,21% nesta edição do Boletim Focus. Para 2026, a projeção para o Produto Interno Bruto subiu de 1,85% para 1,87%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 2%, para os dois anos.

Puxada pela agropecuária, no primeiro trimestre de 2025, a economia brasileira cresceu 1,4%, de acordo com o IBGE.

Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%. O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021 quando o PIB alcançou 4,8%.

A previsão da cotação do dólar está em R$ 5,70 para o fim deste ano. No fim de 2026, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,79.

Para Fábio Murad, CEO do Super ETF Education, “o país segue numa trajetória moderada, o que exige mais precisão na alocação de capital e na valoração de ativos. Em ciclos como este, a disciplina técnica e a capacidade de mensurar valor real, seja de empresas, propriedades ou ativos intangíveis, se tornam ainda mais relevantes.”

Já para Theo Braga, CEO da SME The New Economy, “as previsões do Focus, com inflação recuando para 5,20% e PIB mantido em 2,21%, mostram uma economia que avança com cautela, mas oferece espaço para negócios bem estruturados crescerem com consistência. O ambiente atual exige que empreendedores estejam atentos à disciplina financeira, à qualidade da gestão e à capacidade de escalar com base em dados e processos. Mesmo com a taxa de juros em 15%, há capital disponível para negócios que entregam resultado, inovação e liderança comprometida. O novo ciclo econômico vai favorecer quem constrói com visão de longo prazo, e não quem aposta apenas na velocidade.”

Com informações da Agência Brasil

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