A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – passou de 5,65% para 5,57% este ano. A estimativa está no Boletim Focus desta terça-feira, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central, em Brasília, com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2026, a projeção da inflação foi mantida em 4,5%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 4% e 3,8%, respectivamente.
A estimativa para 2025 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
Em março, a inflação fechou em 0,56%, pressionada principalmente pelos preços dos alimentos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar dessa pressão, o IPCA perdeu força em relação a fevereiro, quando marcou 1,31%. No acumulado em 12 meses, a inflação soma 5,48%.
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 14,25% ao ano.
Até dezembro próximo, a estimativa do mercado financeiro é que a taxa básica suba para 15% ao ano. Para 2026, 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida para 12,5% ao ano, 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano passou de 1,98% para 2%.
Para 2026, a projeção para o Produto Interno Bruto também subiu de 1,61% para 1,7%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 2% para os dois anos.
Em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%. O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021 quando o PIB alcançou 4,8%.
A previsão da cotação do dólar está em R$ 5,90 para o fim deste ano. No fim de 2026, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,96.
“A revisão para baixo da expectativa de inflação para 2025, agora em 5,57%, é um passo na direção certa, mas ainda insuficiente para aliviar de fato o peso dos juros altos sobre a economia. O Banco Central segue pressionado entre a desinflação lenta e a necessidade de manter credibilidade diante de um cenário fiscal incerto. Enquanto a inflação não ceder com mais força, a Selic permanecerá em patamares elevados, penalizando especialmente os setores mais dependentes de crédito”, analisa André Matos, CEO da MA7 Negócios.
Já para Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, “a revisão para baixo da expectativa de inflação em 2025, agora em 3,77%, aliada à elevação da projeção de crescimento do PIB para 2,05%, indica uma combinação positiva de desinflação com maior dinamismo econômico – cenário que tende a gerar otimismo nos mercados e a reforçar a confiança de consumidores e empresários. A manutenção da taxa Selic em 10,50% mostra que o Banco Central ainda adota uma postura cautelosa, embora a tendência de inflação cadente abra espaço para cortes à frente. Para o setor de serviços, que representa mais de 70% do PIB brasileiro, esse ambiente de inflação controlada e crescimento mais robusto deve impulsionar a demanda, especialmente em segmentos ligados ao consumo das famílias, como turismo, alimentação fora do lar e serviços pessoais. A expectativa é de um segundo semestre com maior tração, aumento da formalização e expansão gradual do crédito.”
Com informações da Agência Brasil
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