Mercado global de luxo deve cair entre 20% e 35% em 2020

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Diante do colapso global causado pelos lockdowns (confinamentos) e pela paralisação do turismo em todos os principais mercados, a indústria do luxo enfrenta um desafio sem paralelo na história. Depois de cair em cerca de 25% no primeiro trimestre de 2020, a desaceleração deve aumentar no segundo trimestre e pode levar a uma contração estimada entre 20% a 35% ao longo do ano.

A China começou a liderar o caminho para uma recuperação e os seus consumidores devem consolidar seu status como motores cruciais do setor, representando quase 50% do mercado até 2025. As compras de luxo feitas pela internet aumentaram durante a crise e o canal pode representar até 30% do mercado até 2025.

Essas são as principais conclusões do estudo da Bain & Company, uma das principais consultorias estratégicas do mundo, divulgado em colaboração com a Fondazione Altagamma, a fundação da indústria de fabricantes de produtos de luxo italianos.

Segundo a Bain, haverá uma recuperação para o mercado de luxo, mas o setor será profundamente transformado. A crise do coronavírus forçará a indústria a pensar de forma mais criativa e inovar ainda mais rapidamente para atender a uma série de novas demandas dos consumidores e restrições de canal.

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O levantamento estima que o mercado de bens de luxo pessoais tenha caído 25% no primeiro trimestre do ano, com a expansão da Covid-19 na Ásia e, depois, em todo o mundo.

Um forte início de ano em todas as principais regiões (China, Europa e América) foi rapidamente afetado pela imposição de confinamentos e pelo colapso do turismo, o que ampliou o declínio na Europa. As vendas de luxo no Japão e no resto da Ásia também caíram, embora a um ritmo um pouco mais lento.

As compras virtuais de luxo permaneceram resilientes, enquanto os modelos tradicionais de lojas, incluindo as de departamento, sofreram quedas acentuadas. O varejo de viagens foi dizimado pelo desligamento do transporte aéreo em todo o mundo.

De acordo com a Bain, à medida que os consumidores emergem lentamente dos confinamentos, a maneira como enxergam o mundo mudará e as marcas de luxo precisarão se adaptar. A segurança na loja será obrigatória, e deverá ser combinada com a "magia" da experiência de luxo: maneiras criativas de atrair clientes para a loja ou de levar o produto ao cliente farão a diferença.

Todas as categorias sofreram quedas, com acessórios mostrando a maior resiliência e relógios caindo mais devido à falta de plataformas de vendas online para compensar o fechamento dos canais físicos.

O estudo antecipa que uma recuperação para os níveis de 2019 não ocorrerá até 2022 ou 2023. O crescimento do mercado será retomado gradualmente a partir de então, atingindo entre 320 e 330 bilhões de euros em 2025. Para a consultoria, a velocidade do crescimento futuro do mercado dependerá das respostas estratégicas dos players de luxo à crise atual e de sua capacidade de transformar o setor em nome do cliente.

Os consumidores chineses devem confirmar seu lugar como os compradores mais importantes do segmento, respondendo por quase metade de todas as compras em todo o mundo até 2025. Como região, a China continental representará 28% do mercado de luxo, ante 11% em 2019.

O comércio eletrônico, que já registrou um crescimento de dois dígitos em 2019, continuará ganhando participação e respondendo por até 30% do mercado até 2025, movimento puxado pelas novas gerações (Y e Z), a maioria do mercado de luxo.

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