O mercado financeiro melhorou suas expectativas com relação à inflação e ao crescimento da economia brasileira para 2025. Trabalha também com a previsão de desvalorização do dólar, até o final do ano. É o que indica o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central.
Com relação ao Produto Interno Bruto, o mercado aumentou pela segunda semana consecutiva as expectativas de crescimento. Há uma semana, projetava crescimento de 2,18% ao final de 2025 com um crescimento de 2,18% – percentual que subiu para 2,20% na pesquisa divulgada hoje.
Há quatro semanas, a expectativa de crescimento da economia do país estava em 2,02%. Para os anos subsequentes, espera-se um PIB de 1,83%, para 2026; e de 2% em 2027.
Puxada pela agropecuária, no primeiro trimestre de 2025 a economia brasileira cresceu 1,4%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%.
O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021 quando o PIB alcançou 4,8%.
A expectativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, é que, em 2025, fique em 5,25%, ante aos 5,44% projetados há uma semana; e aos 5,5% projetados há quatro semanas.
Para 2026 e 2027, as projeções de inflação do mercado financeiro permanecem estáveis, em 4,5% e 4%, respectivamente.
Em maio, a inflação oficial do país ficou em 0,26%, taxa inferior às observadas em abril deste ano (0,43%); e em maio do ano passado (0,46%). Segundo o BC, a inflação oficial acumula taxas de 2,75% no ano; e de 5,32% em 12 meses.
O grupo de despesas que mais impactou na inflação de maio foi o de habitação, com uma alta de preços de 1,19%, influenciada principalmente pelo aumento da energia elétrica residencial (3,62%).
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 14,75% ao ano.
A alta do preço dos alimentos e da energia e as incertezas em torno da economia global fizeram o BC aumentar mais uma vez os juros em 0,5 ponto percentual na última reunião, mês passado. Foi o sexto aumento seguido da Selic em um ciclo de contração na política monetária.
Em comunicado, o Comitê de Política Monetária (Copom) não deu pistas sobre o que deve ocorrer na próxima reunião, prevista para iniciar amanhã. Afirmou apenas que o clima de incerteza permanece alto e exigirá prudência da autoridade monetária, tanto em eventuais aumentos futuros como no período em que a Selic deve ficar em 14,75% ao ano.
A expectativa do mercado financeiro é de que este percentual seja o mesmo ao final de 2025, caindo para 12,5% em 2026; e 10,5% em 2027.
Com relação ao câmbio, a expectativa do mercado financeiro é que o dólar, atualmente cotado a R$ 5,51, termine 2025 custando R$ 5,77. O valor está abaixo da projeção divulgada há uma semana, quando o boletim indicava que a moeda norte-americana fecharia 2025 cotado a R$ 5,80. Há quatro semanas a expectativa apresentava valor ainda mais alto: R$ 5,82. Para os anos seguintes (2026 e 2027), a projeção do mercado é que o dólar fechara o ano cotado no mesmo valor, de R$ 5,80.
“O Boletim Focus de 13 de junho sinaliza um cenário de desinflação gradual, com a projeção do IPCA recuando para 5,25% e leve alta na expectativa de crescimento do PIB, agora em 2,20%. A estabilidade da Selic em 14,75% reforça a percepção de cautela do Banco Central diante de riscos externos, como o conflito no Oriente Médio e a volatilidade cambial. Para o mercado, os dados sugerem manutenção do apetite por ativos domésticos com viés defensivo”, avalia Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.
Já para Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, “o Boletim Focus desta semana reforça um cenário de descompressão inflacionária, com o IPCA em queda e o câmbio mais baixo. A manutenção da Selic e a revisão para cima do PIB mostram resiliência doméstica, mas o mercado deve manter cautela. Com o conflito no Oriente Médio elevando o preço do petróleo, o risco é de um novo repique inflacionário global. Ou seja, o cenário que parecia mais previsível volta a ficar sujeito a choques externos.”
Com informações da Agência Brasil
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