As principais Bolsas do continente europeu fecharam em alta na última sexta-feira, em meio ao apetite pelo risco devido aos balanços positivos nos EUA e indicadores econômicos acima do esperado. Dentro do Velho Continente, as exportações cresceram 0,3% em agosto e as importações, avançaram 1,6%, indicando aumento do consumo de bens importados por parte do bloco e culminando em um saldo da balança comercial de 4,8 bilhões de euros, ante expectativa de 16,1 bilhões de euros.
Os principais índices de Nova Iorque tiveram avanço, refletindo o apetite pelo risco oriundo dos bons números dos balanços corporativos e dados acima do esperado das vendas no varejo. O indicador ampliado teve alta de 0,7% em setembro, contra as projeções de queda de 0,2%. A cotação nos preços do petróleo também contribuiu para o avanço dos índices estadunidenses. A commodity energética teve alta de 1,19%, a US$ 82,28, no que diz respeito à sua referência cotada em Nova Iorque. O Brent também teve avanço, de 1,02%, cotado a US$ 84,86.
No Brasil, não obstante o avanço dos juros e do dólar, em dia de vencimento de opções, o Principal Índice da B3 e outras referências de renda variável fecharam em alta, fortemente influenciados pelo setor financeiro, como pode ser evidenciado pelo IFNC (índice de ativos ligados ao setor financeiro), fechando com alta 3,17%, impactado pelos resultados de bancos no exterior.
Hoje, os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em queda mediante os dados aquém do esperado para o PIB e produção industrial. Mesmo que o varejo tenha superado as perspectivas do mercado, os outros indicadores impactaram mais o desempenho dos ativos no continente.
O minério de ferro em Singapura teve recuo, com redução de 0,33%, cotado a US$ 123,55.
Na Europa, os mercados operam em queda seguindo os dados ruins da China. Adicionalmente, ontem o diretor do BoE (o Banco Central da Inglaterra), Andrew Bailey, afirmou que pode haver elevação de juros para conter a inflação, tendo em vista o choque dos preços de energia.
Os futuros em Nova Iorque também operam em queda, seguindo o mesmo movimento das Bolsas asiáticas e europeias. As treasuries voltam para o patamar de 1,60, contribuindo para a queda dos futuros. Ao longo do dia, os investidores ficarão atentos aos dados de atividade econômica.
No Brasil, o Relatório Focus do BC mais uma vez evidenciou alta da inflação, pela 28ª vez seguida, agora ajustando o indicador para 8,69% para o fim do ano. O PIB teve revisão para baixo, saindo de 5,04% para 5,01%.
O BC fará oferta de 10 mil contratos de swap em leilão extra entre 9h30 e 9h40. Também haverá a oferta de 14 mil contratos de swap hoje para overhedge entre 10h30 e 10h40; e oferta até 15 mil contratos de swap para rolagem das 11h30 às 11h40.
Na política, o texto da PEC dos precatórios já está bem consolidado, deve ser aprovado na comissão especial nesta terça-feira e ir a plenário até quinta-feira, informou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. As discussões em torno do Auxílio Brasil também ficarão no radar dos agentes.
Assim, o mercado interno tende a seguir seus pares globais, podendo ter efeito adicional oriundo da agenda política.
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Matheus Jaconeli
Economista da Nova Futura Investimentos