Mercados divergem nesta manhã, com leves altas na Europa

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Dólar
Dólar (Foto: divulgação)

Bolsas divergem nesta manhã, com leves altas na Europa, após resultados positivos, índices asiáticos para baixo, sentindo o menor otimismo com o crescimento do PIB chinês e, nos EUA, futuros de lado, com os investidores aguardando os resultados de bancos e as vendas no varejo. A maior confiança no cenário de queda da inflação leva a recuos nas taxas de juros, enquanto dólar opera sem direção definida. Commodities se recuperam das perdas de ontem. Por aqui, agenda vazia deixa o mercado local exposto aos ventos externos, principalmente à reação de Nova Iorque às vendas no varejo. A abertura deve ser positiva para o Ibovespa, enquanto juros devem abrir com viés de baixa. No dólar, a performance das moedas pares sugere uma abertura negativa.

Na Ásia, Bolsas fecharam no negativo, na maioria, devido à piora no otimismo com o cenário chinês, com imobiliário e tecnologia liderando as perdas na região. Na Austrália, ata do RBA (o BC do país) revelou que os diretores divergiram sobre manter os juros ou subir 0,25% e que a manutenção em 4,10% foi aprovada devido à percepção de que os juros já estão restritivos. Na China, o Ministério do Comércio anunciou 11 medidas para impulsionar o consumo, como a ampliação do crédito a cias de bens duráveis. A Evergrande reportou perdas de US$ 81 bi nos últimos dois anos, ante lucro de US$ 1,1 bi em 2020.

Na Europa, apoiadas por resultados positivos (Novartis e Ocado), Bolsas operam com leves ganhos. Kaas Knot (do DNB, o BC dos Países Baixos) afirmou que a estabilização do núcleo de inflação em um nível elevado pode exigir uma alta de juros em setembro. Joachim Nagel (do Bundesbank) disse que espera uma alta de 0,25% em julho e que os dados devem definir a alta de setembro, mas que a inflação está muito resistente. A Rússia anunciou que deixará o acordo para exportações de grãos com a Ucrânia.

Nos EUA, futuros operam estáveis, com os investidores optando por esperar os dados das vendas no varejo e os resultados do segundo trimestre. O índice industrial Empire State caiu de 6,6 para 1,1 ponto (ante expectativa de -3,5) em julho. Hoje, vendas no varejo às 9h30, produção industrial (ambas de junho) às 10h15, confiança das construtoras da NAHB (julho) às 11h e estoques de petróleo da API (do último dia 14) às 17h30. Barr (FRB, vota) fala às 11h. BofA, Charles Schwab, Lockheed Martin, Morgan Stanley e Prologis divulgam resultados antes da abertura.

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No Brasil, as altas em Nova Iorque, após Empire State confirmar momentum positivo da economia nos EUA, e o recuo nos juros sustentaram o mercado local, na contramão das commodities, que caíram após decepção com dados chineses, com o Ibovespa fechando em 118.219 pontos (0,43%), com todos os setores positivos. A queda nas commodities, a piora na perspectiva de crescimento global e o recuo na inflação esperada pelos empresários nos EUA levaram à sessão de queda na curva de DI futuro, com os vértices de médio prazo caindo cerca de 10 pontos. A piora nos termos de troca e a percepção de resiliência da atividade americana sustentaram o câmbio, com o dólar fechando em R$ 4,81 (0,24%).

A contração no varejo e o fim dos efeitos positivos da supersafra fizeram o IBC-Br vir abaixo do consenso (ante expectativa de -0,1%), capotando 2,0% (2,1% a/a) em maio, maior queda desde abril de 2021. A reoneração do PIS/Cofins nos preços de combustíveis fez o IPC-S subir de 0% para 0,07% (ante expectativa de 0,08%) na 2ª prévia de julho, acumulando 3,54% em 12 meses. Apesar da volta dos impostos sob combustíveis, a continuidade da deflação nas commodities fez o IGP-10 cair 1,10% (ante expectativa de -1,02%) em julho, acumulando -7,89% em 12 meses, mínima da série. O IPA subiu de -3,14% para -1,54% (-11,51% a/a), o IPC subiu de -0,18% para 0,02% (2,24% a/a) e o INCC caiu de 1,19% para 0,01% (3,44% a/a).

O Relatório Focus do último dia 14 no IPCA, seguiu em 4,95% (2023) e em 3,92% (2024) e queda de 3,6% para 3,55% (2025). No PIB, altas de 2,19% para 2,24% (2023), de 1,28% para 1,3% (2024) e de 1,8% para 1,88% (2025). Na taxa Selic, seguiu em 12,0% (2023), em 9,5% (2024) e em 9,0% (2025). A balança comercial teve superávit de R$ 1,6 bi na semana passada, com exportações de R$ 6,4 bi (-9,6% a/a) e importações de R$ 4,8 bi (-16,6% a/a). No ano, o superávit é de R$ 49,4 bi (R$ 39,6 bi em 2022). Na agenda, leilão do TN (LFT e NTN-B) às 11h45 e sondagem industrial da CNI (de junho) às 14h. Romi divulga resultado após fechamento.

Ótima terça-feira!

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Nicolas Borsoi

Economista-chefe da Nova Futura Investimentos

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