Mercados globais se recuperam após tombo de ontem

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Janet Yellen (Foto: Yin Bogu/Ag. Xinhua)
Janet Yellen (Foto: Yin Bogu/Ag. Xinhua)

Os principais mercados europeus fecharam em queda no pregão da tarde de ontem. As ações recuaram em meio à alta dos rendimentos dos títulos do governo, mediante à expectativa de alta nas taxas de juros ao redor do mundo, em especial, nos EUA. Além disso, os lucros industriais e as perspectivas de crescimento menor na China, junto com as perspectivas de crise energética ao passo que o inverno se aproxima na Europa, fizeram com que os mercados europeus tivessem tal desempenho.

Nos EUA, as altas nos rendimentos das treasuries afetaram principalmente as ações do setor de tecnologia, fazendo com que a Nasdaq tivesse o pior desempenho entre as principais Bolsas americanas. Os anúncios de Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA, também geraram receios ao mercado, falando de riscos inerentes ao endividamento da maior economia do mundo.

No Brasil, o mercado sofreu com o ambiente de aversão ao risco externo; com a realização em commodities como petróleo e minério de ferro; e com as perspectivas de ciclo de aumento de juros no exterior.

Internamente, a ata do Copom se mostrou menos hawkish, evidenciando perspectiva de novos aumentos de 1 ponto base nas próximas decisões de política monetária, mediante às perspectivas recessivas internas, gerando expectativa de continuação do ciclo de normalização da política monetária para o ano que vem.

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Na política, a discussão de Arthur Lira, presidente da Câmara, com executivos da Petrobras, com o objetivo de buscar alternativas para o aumento dos combustíveis, assustou o mercado. Ainda em relação aos preços dos combustíveis, respingando na inflação, os agentes olham para a possiblidade de medidas populistas ao passo que as eleições se aproximam.

Hoje, os mercados asiáticos fecharam em queda, repercutindo o tombo de Nova Iorque e das demais praças ocidentais no pregão de ontem. Os cortes de energia na China geram perspectivas menos pujantes para o crescimento da segunda maior economia do mundo. Indo na contramão, o Hang Seng fechou em alta, com a Evergrande informando que venderá parte de suas unidades para o banco Shengjing Bank por US$ 1,5 bilhão.

Após fortes quedas, o minério de ferro cotado em Cingapura registrou alta de 2,57%, a US$ 115,75.

Na Europa, as Bolsas operam em alta, recuperando as perdas consideráveis de ontem, ao passo que os agentes observam o indicador de confiança da indústria superar as expectativas.

Nos EUA, os futuros operavam em alta nesta manhã, também recuperando as perdas de ontem. O foco do dia ficará na questão da negociação do teto de dívida da maior economia do mundo. As previsões negativas para a Micron Technology, uma das maiores fornecedoras de chips de memória do mundo, também podem gerar impacto no mercado. Na agenda econômica, as vendas no varejo, estoques de petróleo bruto e os discursos de membros do Fomc também ficarão no radar.

No Brasil, o exterior pode gerar efeitos positivos no mercado local com a diminuição de aversão ao risco e a recuperação do minério de ferro. Dentro da agenda econômica, vale atenção para os indicadores fiscais, o IPP e o IGP-M.

O IGP-M, teve retração devido ao forte impacto do IPA (índice de preços ao produtor amplo), que teve queda de 1,21% devido à redução nos preços das commodities, em especial, do minério de ferro.

Na política, a Câmara aprovou prorrogar a isenção de ICMS para o comércio por 15 anos. Arthur Lira quer votar proposta que prevê valor fixo do ICMS por litro do combustível, criticando o anúncio da Petrobras de aumento no preço do óleo diesel, o que geraria aumento de R$ 0,22 no tanque para os caminhoneiros.

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Matheus Jaconeli

Economista da Nova Futura Investimentos

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