Mercados operam com tom negativo nesta manhã

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Bolsa de Valores
Bolsa de Valores (Foto: divulgação)

Em dia de agenda esvaziada, mercados operam com tom negativo nesta manhã, após dados decepcionantes na balança comercial da China e na indústria alemã levarem à correção das altas dos últimos dias, com a abertura das taxas de juros dando força ao movimento. Dólar opera com leve viés de queda, exceto na Turquia, onde a lira faz nova mínima. Commodities operam com viés positivo. Por aqui, destaque para o IPCA, que deve subir cerca de 0,30%, além da digestão do relatório da reforma tributária de ontem. Um IPCA dentro do esperado deve consolidar a tendência de queda na inflação, levando à uma sessão construtiva no mercado de juros, apesar das altas no exterior. Na abertura, o Ibovespa deve abrir com leve alta e dólar com viés de baixo, puxados pelas altas das commodities.

Na Ásia, as Bolsas fecharam mistas, com o Nikkei corrigindo forte, após dados decepcionantes na Austrália e China. Na Austrália, PIB abaixo do consenso (ante expectativa de 0,8%), crescendo 0,2% (2,3% a/a) no primeiro trimestre de 2023. Na China, superávit comercial de US$ 65,8 bi (ante expectativa de US$ 92,0 bi) em maio, com exportações de US$ 283,5 bi (-7,5% a/a) e importações de US$ 217,7 bi (2,3% a/a). Na agenda, no Japão, PIB (primeiro trimestre de 2023) e balança comercial (abril) às 20h50 e, na Austrália, balança comercial (abril) às 22h30.

Europa: dados fracos pesam na abertura, levando à queda das Bolsas, apesar de altas nos bancos e varejo. Na Alemanha, produção industrial abaixo do esperado (ante expectativa de 0,6%), crescendo 0,3% (1,6% a/a) em abril. Na Itália, vendas no varejo pior que o consenso (ante expectativa de 0,3%), com alta de 0,2% (3,2% a/a) em abril. No Reino Unido, os preços de imóveis da Halifax ficaram estáveis em maio, somando -1,0% (ante expectativa de -0,9%) em 12 meses. Na Zona do Euro, vendas no varejo abaixo do esperado (ante expectativa de 0,2%), ficando estáveis (-2,6% a/a) em abril. Edouard Fernandez-Bollo e Fabio Panetta (ambos do BCE) falam às 6h10.

Nos EUA, em meio à agenda vazia, futuros caem, penalizados pelas altas de juros. O Banco Mundial elevou a projeção de alta do PIB global de 2023 de 1,7% para 2,1%, mas cortou de 2,7% para 2,4% em 2024. Na agenda, balança comercial (abril) às 9h30 e crédito ao consumidor (abril) às 16h.

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Aqui no Brasil, em dia de agenda vazia, a sessão amena em Nova Iorque não impediu a disparada doméstica, com as altas nos preços internacionais commodities e o recuo das taxas de juros levando à disparada nas ações locais, com Ibovespa fechando aos 114.610 pontos (1,70%), máxima desde novembro de 2022, engatando a quarta alta seguida. Na contramão da alta dos juros nos EUA e da força global da moeda americana, o momentum positivo dos ativos domésticos fez o dólar fechar em R$ 4,91 (-0,37%). O IGP-DI fortemente deflacionário, o otimismo com a transição da reforma tributária e as falas construtivas de diretores do BC nos últimos dias levaram à nova queda na curva de DI futuro, que caiu cinco pontos, em média.

Com o retorno da paralisação de abril, a produção de autoveículos atingiu 227,9 mil (10,7% a/a) unidades em maio, avanço de 5,6% na margem. As fortes deflações no atacado, além da queda dos preços de saúde no varejo fizeram o IGP-DI cair de -1,01% para -2,33% (ante expectativa de -1,93%) em maio, acumulando -5,49% em 12 meses, mínima histórica. O IPA afundou de -1,56% para -3,37% (-8,89% a/a), o IPC caiu de 0,50% para 0,08% (3,02% a/a) e o INCC avançou de 0,14% para 0,59% (5,40% a/a). Na agenda, IPCA (maio) às 9h, indicador antecedente de emprego da FGV (maio) às 10h15, leilão do TN (LTN e NTN-F) às 11h30 e fluxo cambial (maio) às 14h30.

Ótima quarta-feira!

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Nicolas Borsoi

Economista-chefe da Nova Futura Investimentos

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