Militares não devem se envolver em política

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General Edson Leal Pujol. Foto: divulgação
General Edson: Leal Pujol. Foto divulgação

“Não queremos fazer parte da política governamental ou do Congresso Nacional. Muito menos queremos que a política entre em nossos quartéis”, afirmou o comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, ao comentou sobre a relação sobre militares e política, ao participar de um evento digital realizado pelo Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa, nesta quinta-feira.

O recado foi dado. Tanto assim, que depois de insinuar que poderia usar militares contra os Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou que o papel das Forças Armadas é fora da política. Segundo o presidente, as Forças Armadas devem permanecer apartidárias, mas destacou que têm de atuar “baseadas na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República” em resposta a falas do general Pujol.

Assuntos militares

“A respeito da política e dos militares, o que tenho a dizer é que, nestes dois anos, o Ministério da Defesa e as três Forças se preocuparam, exclusivamente e exaustivamente, com assuntos militares.”

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O comandante também comentou sobre a necessidade de reaparelhamento das Forças Armadas. “Estamos muito aquém do que o Brasil precisa para que suas Forças Armadas cumpram suas missões constitucionais”, disse Pujol.

Ao tratar do envolvimento dos militares com a política, o general comentava uma afirmação de Jungmann, segundo quem “as Forças Armadas, como instituições permanentes de Estado, permanecem totalmente voltadas para suas missões profissionais e inteiramente dentro daquilo que determina a nossa Constituição”.

“A quantidade de embarcações da nossa Marinha para patrulhar, preservar e defender todo o nosso litoral e nosso extenso mar territorial. A nossa Força Aérea? Pequenos países europeus têm um número de aeronaves maior que todo o Brasil”, comentou o comandante.

A fala do general, que raramente se manifesta, tem um contexto. No auge de sua pregação golpista, entre abril e junho deste ano, o presidente Jair Bolsonaro deixou a entender que contava com apoio militar para, se necessário, dar um autogolpe. Depois que Fabrício Queiroz foi preso, ele interrompeu a escalada retórica e foi procurar apoio no Centrão.

No governo Bolsonaro 9 ministros saíram dos quartéis. O da Saúde é um general da ativa. Luiz Eduardo Ramos saiu do Comando Militar do Sudeste para fazer a coordenação política do governo. O titular da Casa Civil é outro general, Braga Netto, oriundo do Estado-Maior do Exército. Ambos foram para a reserva, mas chegaram como homens da ativa. Recentemente mais um militar foi convocado para presidir a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), seguidor do raciocínio de Bolsonaro, declaradamente contrário ao processo de vacinação contra a Covid-19.

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