Militares tentaram esconder meningite na ditadura

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Militares e saúde não são exatamente amigos íntimos, e não pela óbvia ligação de guerras com mortos e feridos. Na década de 1970, a ditadura brasileira tentou encobrir a epidemia de meningite, que atingiu o país com uma taxa de letalidade muito superior à da Covid-19, embora com uma transmissão muito menor. As autoridades sanitárias negavam a existência da epidemia. De 1970 a 1972, a letalidade na cidade de São Paulo variou entre 12% e 14% dos casos, declinando a partir de 1973, atingindo 7% em 1974. O maior número de óbitos foi observado em 1975, quando foram registrados 411, média de 1,15 ao dia.

Os médicos e professores José Cássio de Moraes e Rita de Cássia Barradas Barata, autores de O livro da meningite, uma doença sob a luz da cidade, em conjunto com a jornalista Cristina Fonseca, relatam em artigo para o Conselho de Medicina de São Paulo (Cremesp) como a ditadura não conseguiu esconder a epidemia. “A troca de presidente, com a entrada do general Ernesto Geisel, em 1974, facilitaria a mudança de atitude das autoridades. Em julho de 1974 foi criada a Comissão Nacional de Controle da Meningite, encarregada de traçar a política de vigilância epidemiológica. O número de casos registrados em janeiro de 1975 foi seis vezes maior do que o mesmo mês de 1974. Ironicamente, a meningite que tem o início de sua história na contaminação de soldados em postos militares, parecia não querer dar tréguas ao regime”, anotam.

Em março de 1975 foi elaborado o plano básico de operações para garantir a vacinação de 10 milhões de pessoas em apenas quatro dias. A parte operacional da campanha esteve a cargo do exército. Apesar de eficaz, não se forneceu qualquer comprovante às pessoas vacinadas, nem houve registro do número de vacinados. Para conhecer a proporção de vacinados, o IBGE realizou um inquérito por amostragem domiciliar. A cobertura foi estimada em cerca de 93% na cidade. A partir de abril, o número de casos começou a declinar. O número de casos só retornou a valores endêmicos dois anos depois.

 

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Fiel da balança

No entendimento do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, provedores não podem ser compelidos a excluir material apenas porque seus mecanismos de busca localizam conteúdo. A 13ª Câmara Cível manteve decisão do juiz José Maurício Cantarino Villela, da 29ª Vara Cível de Belo Horizonte, que beneficia Google Brasil, Microsoft e Yahoo do Brasil. Com base no direito à informação, as empresas estão livres da obrigação de retirar de seus arquivos conteúdos referentes à operação da Polícia Federal denominada Panaceia.

Sopesados os direitos envolvidos e o risco potencial de violação de cada um deles, o fiel da balança deve pender para a garantia da liberdade de informação”, ponderou o relatório aprovado pela 13ª Câmara.

 

Saúde em 2º lugar

Enquanto os europeus recebem médicos de todo o mundo, Cuba e China inclusive, o cartório de Medicina no Brasil vai à justiça para barrar médicos formados no exterior, ignorando a necessidade de profissionais, especialmente agora que a Covid-19 ruma para o interior.

 

Rápidas

A FGV EPGE realiza nesta sexta o webnário “Pandemia e o papel do gasto público”, com o senador Antonio Anastasia (PSD-MG) e o secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues. A partir das 18h pelo Zoom. Inscrições aqui *** “Revisitando os desafios da economia criativa na pandemia” é o tema do webinar “Papo com o IAB”, nesta sexta-feira, às 12h, no canal IABTV no YouTube *** O Centro Universitário IBMR, do Rio de Janeiro, liberou mais de 100 cursos gratuitos na sua plataforma online *** Executivos de marcas como iFood, McDonald’s Brasil, Reclame Aqui e Renault participrão da 2ª Semana da Humanidade Aumentada, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), entre 25 e 29 de maio. As inscrições, gratuitas, estão abertas *** A Kia Motors do Brasil nomeou Anselmo Borgheti, 54 anos, para o cargo de diretor comercial *** Compras públicas para enfrentamento da Covid-19 é o tema do webinar gratuito que a Aasp realiza nesta sexta-feira, às 17h. Inscrições aqui *** O Senac RJ reunirá nesta sexta-feira quatro especialistas para uma live sobre “O “novo normal” do comércio pós-pandemia, no canal do YouTube.

 

 

 

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