De janeiro a novembro de 2023, o mercado imobiliário brasileiro registrou um crescimento de 29,2% nas vendas de novos imóveis em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados são do indicador Abrainc-Fipe, um levantamento realizado com 20 empresas associadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
O bom desempenho das vendas foi impulsionado tanto pelo segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) quanto pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, que, em particular, apresentou aumentos de 36,5% no volume de unidades comercializadas e 48,7% no valor total de vendas ao longo dos 11 meses. O segmento também registrou um crescimento significativo de 42,2% no valor de venda dos lançamentos.
O bom resultado do programa reflete as medidas de ajuste para ampliar o acesso das famílias de menor renda à moradia. Além disso, reforça a necessidade de manter regras estáveis para o FGTS, a principal fonte de recursos para o crédito imobiliário destinado à população de baixa renda, possibilitando a oferta de taxas de juros menores e parcelas acessíveis.
O segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) também continua a apresentar bom desempenho nas vendas, com alta de 16,5% no volume de unidades comercializadas e 18,8% no valor de vendas. Apesar de uma redução de 8,6% no valor total lançado nesse segmento, há uma indicação clara de uma readequação gradual nos níveis de estoque do Médio e Alto Padrão. Atualmente, a duração da oferta está em 15 meses, contra os 24 meses registrados no início de 2023.
A relação distrato sobre venda no MAP segue em um baixo patamar (11%), ressaltando a eficácia do marco legal estabelecido em 2018. Para se ter uma ideia, quando a Lei dos Distratos foi sancionada, essa relação era de cerca de 40%.
Em São Paulo, a Pesquisa Secovi-SP (Sindicato da Habitação) do Mercado Imobiliário (PMI), realizada pelo departamento de Economia e Estatística da entidade junto às incorporadoras associadas, apurou que em janeiro a comercialização de 5.604 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo. O Valor Global de Vendas (VGV) totalizou R$ 2,54 bilhões, valores deflacionados pelo INCC-DI (FGV) referente a janeiro de 2024.
Em 12 meses (fevereiro de 2023 a janeiro de 2024), as vendas somaram 77,3 mil unidades, com VGV de R$ 44,5 bilhões.
O indicador de Vendas Sobre Oferta (VSO), que apura a porcentagem de vendas em relação ao total de unidades ofertadas, atingiu 8,3% em janeiro. No acumulado de 12 meses, o VSO foi de 54,3%.
De acordo com a pesquisa do Secovi-SP, a cidade de São Paulo registrou no mês de janeiro o lançamento de 2.888 unidades residenciais. No acumulado de 12 meses, foram lançadas 74,3 mil unidades.
O mercado imobiliário da cidade de São Paulo encerrou o primeiro mês do ano com a oferta de 61,8 mil unidades disponíveis para venda. Esta oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (fevereiro de 2021 a janeiro de 2024). Em janeiro, o VGO (Valor Global da Oferta) totalizou R$ 42,6 bilhões.
Os imóveis de dois dormitórios destacaram-se no mês de janeiro em todos os indicadores: 88% das unidades lançadas (2.532 unidades), 72% das vendas (4.033 unidades), 58% da oferta (36.041 unidades), 54% do VGV (R$ 1.378,8 milhões), 35% do VGO (R$ 14,9 bilhões) e o maior VSO (10,1%).
Unidades na faixa de 30 m² e 45 m² de área útil lideraram em todos os indicadores: 87% dos lançamentos (2.525 unidades), 68% das vendas (3.829 unidades), 49% da oferta (30.355 unidades), 45% do VGV (R$ 1.134,6 milhões) e 22% do VGO (R$ 9,5 bilhões) e o maior VSO (11,2%).
Os imóveis com valores até R$ 264 mil destacaram-se com participação de 65% nos lançamentos (1.863 unidades), 40% nas vendas (2.236 unidades), 28% da oferta (17.091 unidades) e o maior VSO (11,6%). A faixa entre R$ 350 mil e R$ 700 mil liderou em VGV, com 26% (R$ 662,0 milhões). Os imóveis com preços acima de R$ 2,1 milhões tiveram o maior VGO, de 33% (R$ 14,3 bilhões).
A partir de julho de 2023, foi atualizada a faixa de preços dos imóveis do Minha Casa, Minha Vida alterando o limite de R$ 264 mil para R$ 350 mil na cidade de São Paulo. Para segmentar os imóveis econômicos, o Secovi-SP elegeu as faixas de preço enquadradas nos parâmetros do programa.
Em janeiro, 67% das unidades lançadas e 55% das unidades vendidas foram enquadradas como econômicas (Minha Casa, Minha Vida), correspondendo, em termos absolutos, a 1.947 unidades lançadas e 3.061 unidades vendidas. A oferta disponível para a venda deste tipo de imóvel somou 23.624 unidades (38%), com VSO de 11,5%.
Os outros mercados tiveram 941 unidades lançadas, 2.543 unidades vendidas, oferta final de 38.214 unidades e VSO de 6,2%.
Em São Paulo, a Zona Oeste liderou em lançamentos 41% (1.187 unidades). Já a Zona Sul liderou nas vendas com 30% (1.708 unidades), oferta final com 34% (21.021 unidades), VGV com 36% (R$ 923,1 milhões) e VGO 41% (R$ 17,7 bilhões). A Zona Norte foi destaque no VSO (9,7%).