Ministério mantém previsão de queda da economia em 4,7% este ano

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A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia manteve a projeção para a queda da economia este ano e elevou a estimativa para a inflação, por influência da alta nos preços dos alimentos. As projeções estão no Boletim MacroFiscal divulgado hoje.

A estimativa para o recuo do Produto Interno Bruto foi mantida em 4,7%, em relação ao boletim divulgado em junho.

"A atual estimativa para o PIB de 2020 foi mantida em 4,7%, devido à melhora da projeção para o segundo semestre deste ano."

Na projeção para o terceiro trimestre, espera-se que a indústria, agropecuária e comércio sejam os principais motores para a retomada. Na estimativa do quarto trimestre, esperamos que o impulso para a recuperação virá pela retomada mais vigorosa dos demais serviços, que foram duramente afetados pela pandemia", diz o boletim.

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De acordo com o boletim, os indicadores do segundo trimestre mostraram que os efeitos da pandemia sobre a economia brasileira foram "mais intensos em abril, mês que registrou as mais fortes quedas na atividade dos diversos setores".

"Entretanto, esses efeitos já foram parcialmente compensados em maio, junho e julho, com a sinalização de uma recuperação moderada, ainda que não homogênea. Com isso, apesar da grande incerteza ainda existente no ambiente econômico, a confiança de empresários e consumidores tem voltado e ampliado as perspectivas de recuperação no 2º semestre de 2020 e nos meses seguintes", acrescentou.

O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, afirmou que o setor de serviços teve maior queda em maio, diferentemente dos outros segmentos. E por isso, ele considera que o setor de serviços está com "a retomada um pouco mais lenta".

"A partir de outubro o setor de serviços vai vir mais forte”, disse em entrevista coletiva virtual para apresentar o boletim.

A projeção de queda do PIB para o terceiro trimestre de 2020 é de 4,9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. O resultado representa uma variação de 7,3% em relação ao segundo trimestre de 2020. A projeção leva em consideração os dados divulgados até o dia 08 de setembro, diz a SPE.

Para 2021, a estimativa de crescimento manteve-se em 3,2%. Já para 2023 e 2024, a projeção do crescimento é de 2,5%.

A projeção de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2020 é de 1,83%, acima da previsão de julho (1,6%). "O principal responsável pela elevação da projeção é o preço de alimentos. Observando a evolução do IPCA ao longo do ano, vemos que a inflação acumulada em 12 meses do grupo Alimentação no Domicílio, após atingir um valor mínimo de 5,06% em março, acelerou até alcançar 11,39% em agosto (último dado disponível). Contudo, o comportamento das demais categorias de produtos continua apresentando inflação estável e baixa (inclusive se comparada à meta de inflação)", diz o boletim.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deverá encerrar este ano com variação de 2,35%. A previsão anterior era 2,09%. A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que inclui também o setor atacadista, além do consumidor final, subiu de 6,58%, em julho, para 13,02%.

De acordo com Sachsida, o aumento da inflação é transitório.

"A questão da inflação é localizada e transitória. Da mesma maneira que aconteceu na carne, vai acontecer com os preços dos alimentos: subiram e depois vão normalizar".

 

Agência Brasil

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