Convidado especial do 5º Congresso Brasileiro de Comunicação Empresarial, que termina hoje, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, o ex-ministro da Fazenda de José Sarney Mailson da Nóbrega deitou falação sobre a importância da transparência “na atuação perante a imprensa e a sociedade”. Com a experiência de quem foi secretário-executivo da Fazenda de Delfim Netto durante a ditadura, Mailson afirmou que, naquele período, a comunicação “era pouco importante tanto para o governo como para as empresas”: “Não havia a obrigação de prestar contas à sociedade”, admitiu.
Modesto, escusou-se de contar sua experiência como homem-inflação, responsável pela maior alta de preços da história do Brasil: 84% em março/90.
Recuo
Apresentada como a grande derrotada no primeiro turno das eleições presidenciais, a esquerda francesa totalizou 44% dos votos. Esse percentual se refere à soma dos cerca de 17% dos votos obtidos por Lionel Jospin com a votação destinada a sete outros candidatos dessa corrente: três candidatos: trotsquistas (11%), Partido Comunista (3,43%), Verdes (5,27%), o ex-ministro socialista Jean-Pierre Chevenement (5,36%) e o candidato independente Christiane Taubira (2,15%).
Somados, esses votos representam exatamente o mesmo percentual amealhado por Jospin, em 1997, quando logrou unificar a esquerda. A dispersão das forças que poderiam se opor a Jacques Chirac e fechar o caminho para a caminhada de Le Pen para o segundo turno, no entanto, não deve ser debitada exclusiva, nem principalmente, ao divisionismo e ao personalismo de alguns candidatos, mas, principalmente, às concessões de Jospin a políticas neoliberais que o afastaram do eleitorado que repudia a ditadura do mercado financeiro.
Desidratada
Do veterano jornalista Carlos Chagas referindo-se aos avanços do conservadorismo mais caquético no mercado eleitoral europeu: “Não é a direita que está vencendo eleições. É a esquerda fajuta, rosada, a social-democracia sem alma, que vem perdendo. Naufraga a tentativa de acabar com o neoliberalismo por meio de flores ou através do diálogo. Desaparece a possibilidade de concessões e conciliações levarem os ricos a se tornarem menos ricos e os pobres, menos pobres. Indivíduos e nações, aliás.”
De Washington
Em entrevista à carta Questão Capital, o presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Marcílio Marques Moreira, disse só enxergar uma possibilidade de o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, vencer as eleições para presidente da República: se mover para o centro. Na tradução de Moreira, isso implicaria a naturalização de valores como “estabilidade, segurança e ausência de choques econômicos mirabolantes”. “Ou seja – resumiu – nada que fira o consenso.”
Ex-ministro da Economia de Fernando Collor, Moreira deve ter ficado constrangido de condenar confiscos da poupança e até de depósitos à vista. Ou seja, nada como ser previsível …depois de deixar o governo.
Nem pão nem água
Com as atividades paralisadas desde o último dia 7 e revoltados com a falta de resposta do governador de Brasília, Joaquim Roriz, às suas reivindicações, um grupo de 27 professores do Distrito Federal entrou em greve de fome. A direção da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) culpa o governador pelas conseqüências que possam atingir os grevistas.
Chapa branca
Do sempre impagável cartunista Jaguar sobre o histriônico Arnaldo Jabour: “O Jabour é o único rebelde a favor.”