Moeda digital do Facebook não deve ser lançada tão cedo

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O G7, grupo dos países mais industrializados do mundo, disse que as chamadas stablecoins (moedas digitais geralmente apoiadas por dinheiro tradicional e outros ativos) não deveriam ser lançadas até que os riscos internacionais que representam sejam resolvidos. O recado foi dado em uma reunião do grupo realizada na quinta-feira (17). Neste cenário, os planos do Facebook de lançar a criptomoeda libra podem ser atingidos.

Composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, um grupo de trabalho do G7 acredita que quando lançadas em larga escala, as stablecoins podem ameaçar o sistema monetário e a estabilidade financeira do mundo. A opinião foi expressada em um relatório para ministros de finanças reunidos em Washington para reuniões do FMI e do Banco Mundial.

O G7 está exigindo um regime mais rigoroso para libra e propõe imposto mínimo. Em resposta a está posição do grupo, a Associação Libra que foi criada para reger a criptomoeda do Facebook declarou que está comprometida em trabalhar com reguladores, conforme noticiou uma reportagem da Reuters. Diante desse controle regulatório, as 21 empresas que apoiam a libra se comprometeram, na segunda-feira (14) a avançar com o projeto, ignorando a deserção de um quarto de seus membros originais, incluindo as gigantes de pagamentos Visa e Mastercard.

A libra foi projetada para respeitar a soberania nacional sobre a política monetária, bem como as regras contra a lavagem de dinheiro e outros esforços para impedir finanças ilícitas, afirmou a entidade em comunicado.

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Conforme o relatório do G7, a tecnologia emergente, que atualmente não é regulamentada, como outras criptomoedas, também pode dificultar os esforços internacionais para combater a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo, além de criar problemas de segurança cibernética, tributação e privacidade.

 

Revisão

 

O G7 acredita que nenhum projeto global de stablecoin deve entrar em operação até que os desafios e riscos legais, regulatórios e de supervisão" sejam abordados, disse o grupo de trabalho, presidido pelo membro do conselho do Banco Central Europeu Benoit Coeure. “Espera-se que as entidades do setor privado que elaboram acordos sobre stablecoins abordem uma ampla gama de desafios e riscos legais, regulatórios e de supervisão”, acrescentou o relatório.

Em junho deste ano, o Wall Street Journal destacou em reportagem que as empresas Mastercard, Visa, Paypal e Uber estariam entre as companhias que investiram mais de US$ 10 milhões cada para a viabilização do projeto.

A criptomoeda teria um lastro em moedas oficiais, possivelmente o euro ou dólar, configurando o conceito chamado de stablecoin. No Brasil já existem demandas para essa tendência. A empresa nTokens.tem desenvolvido projetos de stablecoins junto de instituições financeiras e empresas locais. O primeiro projeto é chamado de RealVirtual.io, que consiste em uma moeda digital cujo valor está atrelado ao Real. Além disso, no início do ano o banco americano JP Morgan anunciou sua moeda chamada JP Morgan Coin para ser utilizada pelo próprio banco e seus clientes.

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