Morte de Villavicencio: Lasso pede apoio do FBI

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Guillermo Lasso (Foto: Presidência do Equador)
Guillermo Lasso (Foto: Presidência do Equador)

Um grupo de agentes do FBI deve chegar hoje ao Equador. Segundo o presidente equatoriano, Guillhermo Lasso, a direção do órgão “aceitou pedido para ajudar nas apurações do assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio.”

“Solicitei o apoio do FBI à investigação do assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio. A Agência Federal de Investigação e Inteligência dos EUA aceitou nosso pedido e, nas próximas horas, uma delegação chegará ao país”, informou Lasso, ontem, em suas redes sociais.

O Ministério Público já denunciou seis suspeitos de participação no crime, detidos logo após o atentado. Segundo a Promotoria, os seis acusados são colombianos e, contra eles, já foram reunidas várias provas e indícios da participação, incluindo imagens de câmeras de segurança e uma impressão digital encontrada em uma motocicleta abandonada por um dos acusados.

No local do crime, peritos recolheram um fuzil e farta munição. Especialistas da equipe antibomba da polícia detonaram uma granada que os criminosos lançaram contra os seguranças de Villavicencio.

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Ex-dirigente sindical, Villavicencio tornou-se jornalista e ficou conhecido por denunciar casos de corrupção e a atuação do crime organizado no país. Em 2021, elegeu-se deputado federal de oposição ao ex-presidente Rafael Correa. Acusado de difamar Correa, foi condenado a 18 meses de prisão. Escapou para o Peru, na condição de perseguido político, e só retornou ao Equador após Correa deixar a presidência. Ameaçado de morte, passou a deslocar-se com proteção policial.

Villavicencio ocupava o quinto lugar na corrida eleitoral, segundo recentes pesquisas de opinião pública. Suas propostas de governo incluíam o combate às organizações criminosas – a exemplo de outros candidatos que, de olho nas pesquisas, identificaram a preocupação dos eleitores com os crescentes índices de criminalidade e com a sensação de insegurança. O primeiro turno das eleições presidenciais equatorianas está marcado para ocorrer no próximo dia 20.

O governo do Equador alterou, nesta quinta-feira, o decreto com que instituiu estado de exceção em todo o país devido ao assassinato. Em um novo decreto presidencial (nº 843), Lasso eliminou dois artigos do Decreto nº 841, reestabelecendo a plena liberdade dos equatorianos à reunião. A medida, segundo o governo, é necessária para garantir as atividades necessárias à realização do primeiro turno das eleições presidenciais, previsto para ocorrer no próximo dia 20.

No texto do Decreto nº 841, que instituiu estado de exceção nacional por 60 dias, devido à “grave comoção interna”, o governo equatoriano justificava as restrições ao direito das pessoas se reunirem, alegando que a medida buscava “impedir a propagação de ações violentas”.

“Neste sentido, à força pública é facultado impedir e desarticular reuniões em espaços públicos onde se identifiquem possíveis ameaças à ordem e à segurança pública”, estabelecia um dos dois artigos do Decreto nº 841, anulados com a publicação do novo decreto.

As outras restrições previstas no Decreto nº 841 seguem em vigor, incluindo o emprego de tropas militares para manter a ordem pública e a suspensão de direitos como a inviolabilidade dos lares e de correspondências, que poderão ser inspecionadas pelas forças de segurança.

Aqui no Brasil, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, condenou o assassinato de Fernando Villavicencio. Para o Pacheco, o ato exige dos parlamentares brasileiros “uma grande reflexão sobre o rumo que nossa própria política poderá seguir nos anos vindouros”.
“Conforme venho ressaltando, o combate de ideias não pode e não deve jamais extrapolar o campo das ideias”.
Pela rede social X (ex-Twitter), vários senadores também se manifestaram. Jaques Wagner (PT-BA) recebeu “com indignação a notícia do assassinato de Fernando Villavicencio, jornalista, ex-congressista e candidato à Presidência do Equador”. Para o parlamentar, o episódio representa um grave ataque à democracia daquele país. Ele pediu que o assassinato seja punido, manifestou solidariedade ao povo do Equador e disse que o crime serve de alerta, pois “episódios de violência política como este estão se tornando cada vez mais constantes e não podem ser normalizados.”
Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP) registrou que “em um ato brutal e covarde, que representa um atentado à democracia latino-americana, Fernando Villacencio foi assassinado ontem”. De acordo com o senador, o atentado deixa bem evidente os perigos do fanatismo político. “A luta pela democracia é internacional!”, acrescentou Randolfe. Teresa Leitão (PT-PE) disse que é “triste e preocupante saber que o candidato a presidente do Equador, o jornalista Fernando Villavicencio, de centro-esquerda, foi covardemente assassinado ontem à noite, em Quito, ao sair de um comício”. Para a senadora, “quando um candidato é assassinado, a democracia também é atingida.”
Magno Malta (PL-ES) alertou para a necessidade do que chamou de “escolhas certas” e manifestou seus sentimentos à família de Villavicencio. “A América Latina está sendo dominada pelo narcotráfico e, por vezes, é difícil enxergar esse avanço tão claramente”, afirmou o senador. Vanderlan Cardoso (PSD-GO) classificou como “absurdo e lamentável o assassinato do candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio”. Vanderlan disse que ele era um combatente incansável contra o crime organizado. “Esperamos que se encontre quem mandou matar o político e que se acabe com essa violência”, concluiu.

Com informações da Agência Brasil e da Agência Senado

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