MPEs geraram oito em cada 10 empregos em 2023

Setor de serviços segue sendo o segmento responsável pelo maior volume de contratações, seguido do comércio

283
Salão de cabeleireiro (Foto: Fernando Frazão/ABr)
Salão de cabeleireiro (Foto: Fernando Frazão/ABr)

Pelo terceiro ano seguido, as micro e pequenas empresas foram as grandes protagonistas na geração de novos postos de trabalho no país. De acordo com o estudo feito pelo Sebrae a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), os pequenos negócios responderam por 8 em cada 10 empregos criados na economia em 2023.

No acumulado do ano, o Brasil alcançou um saldo de 1,48 milhão de novas contratações, o que resultou no menor patamar de desemprego registrado desde 2014. Desse total, as MPE criaram 1,18 milhão de empregos (80,1%) e as médias e grandes empresas responderam por 209,99 mil vagas, o equivalente a 14,2% do total.

Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, o estudo comprova a importância fundamental que os pequenos negócios têm para a economia e para a população brasileira.

“As pequenas empresas são o principal motor da nossa economia e responsáveis pela sobrevivência de 86,5 milhões de brasileiros, o que equivale a aproximadamente 40% da população do país. Nós estamos trabalhando, juntamente com o governo federal, para ampliar e qualificar a participação dessas empresas, que hoje representam aproximadamente 30% do Produto Interno Bruto. Acreditamos que esses números podem ser ainda melhores este ano, na medida em que a taxa Selic caia com uma velocidade maior. Com mais inovação, mais acesso a crédito e um melhor ambiente de negócios, esses empreendedores poderão contribuir ainda mais com a redução das desigualdades sociais e com o desenvolvimento sustentável”, acrescenta.

Espaço Publicitáriocnseg

No acumulado do ano, o setor de serviços liderou a criação de empregos. Entre as MPE, foram 631 mil novas vagas; já entre as MGE, o saldo foi de 181,87 mil novos empregos. Outros setores como comércio (263,25 mil) e construção (180,52 mil) se destacaram entre as micro e pequenas empresas, sendo que nenhum dos setores ficou com saldo negativo entre janeiro e dezembro. Já entre as médias e grandes, os outros destaques foram para a indústria da transformação (23,5 mil vagas) e o comércio (13,23 mil).

Entre as atividades econômicas, o destaque no ano passado foi para restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas (responsável por 69 mil contratações), construção de edifícios (com 58,1 mil vagas) e comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – hipermercados e supermercados (com 47,9 mil vagas).

No último mês de 2023, a diferença entre o total de admissões e demissões gerou saldo negativo de 430 mil vagas. Esse resultado é similar ao que tem ocorrido nos últimos anos. Entre as micro e pequenas empresas, foram fechados 178 mil postos de trabalho; já entre as médias e grandes, o saldo negativo foi de 195 mil vagas. Do saldo total de postos encerrados, as MPE representaram 41,4%, enquanto as MGE corresponderam a 45,4%. Contudo, comparando o saldo negativo do último mês de dezembro com o saldo de dezembro de 2022, quando foram encerrados 455,7 mil postos de trabalho, é possível constatar que houve uma redução no número de empregos encerrados.

Em dezembro, as atividades que mais contribuíram para a geração de empregos foram comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – hipermercados e supermercados (com 7,6 mil vagas), comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (4,8 mil empregos) e hotéis e similares (3,6 novas vagas).

Já pesquisa da Serasa Experian apurou que 89% das PMEs tem a percepção que, caso venham a solicitar crédito, teriam o pedido aprovado. O percentual salta para 95% entre empresas que já utilizam o cartão de crédito corporativo.

Nos últimos 24 meses, 53% das PMEs utilizaram alguma forma de crédito, sendo as opções mais populares o empréstimo e a antecipação de recebíveis do cartão de crédito. 24% afirmam que o empréstimo foi a modalidade escolhida e esse número salta para 29% quando são companhias do setor da indústria. A antecipação de recebíveis é a preferência de 23%. Já na quebra por segmento, é a alternativa de 37% das PMEs do comércio.

Ainda no tema, os respondentes afirmam que, nos últimos 12 meses, recorreram ao empréstimo uma vez ao ano (35%). Já a antecipação de recebíveis do cartão de crédito apresenta, em geral, uma recorrência mensal (58%). Nos demais tipos de antecipação, a recorrência mensal ainda prevalece, com 46%, no entanto, a frequência trimestral e semestral apresentam maior recorrência, 22% e 15%, respectivamente.

Na outra ponta, 47% das PMEs não utilizaram nenhuma modalidade de crédito disponível no mercado. Esse número chega a ser 55% nas empresas do segmento de serviços e 51% olhando para negócios de porte individual ou micro. No entanto, dessas 47%, quase metade delas – 21% – tem a intenção de solicitar.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui