MPEs veem oportunidades geradas pela crise

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Salão de cabeleireiro (Foto: Fernando Frazão/ABr)
Salão de cabeleireiro (Foto: Fernando Frazão/ABr)

Apesar de quase metade (49%) das micro, pequenas e médias empresas terem sofrido impactos negativos devido à crise gerada pela pandemia de Covid-19, 90% acreditam que o momento abriu novas oportunidades. Esses são os resultados da pesquisa feita pela Serasa Experian ouvindo 521 dos chamados empreendedores de pequeno e médio porte. Para 38% dos empresários, a crise abriu espaço para aprender novas modalidades de vendas, 33% acreditam que o momento permite empreender e inovar, enquanto 33% estão revendo as parcerias e os fornecedores. Outras oportunidades citadas pelos micro e pequenos empreendedores foram: aplicar estratégias de acordo com o perfil dos clientes (26%), investir em novas tecnologias (26%) e ter mais tempo para planejamento e gestão (21%).

Mais da metade (52,6%) dos empresários pretende expandir os negócios com o fim da crise e retomada da economia, enquanto 29,2% estimam que conseguiram voltar ao mesmo patamar de antes da pandemia.

Fora os 49% que afirmam ter sofrido os efeitos negativos da crise, 36% disseram não ter tido perdas e 15% conseguiram ter um saldo positivo no período.

A principal mudança estrutural promovida pelas empresas foi a alocação de recursos para trabalhar e atender de forma remota, mencionada por 53,2%, seguida pelos investimentos em tecnologia para as vendas não presenciais (51,7%). A gestão financeira foi um ponto em que 39,4% dos empreendedores fizeram alterações importantes para passar pelo período.

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De acordo com a pesquisa Mobility 2020, até março de 2019, somente 25% das empresas consideravam o trabalho remoto como uma alternativa integrada à sua estrutura e cultura. Antes da crise, apenas 26% enxergavam o modelo como uma prática estratégica e real. Entretanto, em 2021, boa parte das corporações ainda vai manter o home office como regra, tendo em vista seus benefícios para o negócio e os colaboradores. Para 24% dos entrevistados, seria uma iniciativa aceitável para alguns cargos e posições (profissionais de vendas, por exemplo). Enquanto isso, 23% apontaram o formato apenas como uma saída para situações específicas; 14% admitiram se tratar de um assunto presente nas reuniões de RH, mas apenas como projeto e 12% afirmaram: nunca foi considerado.

No quesito desafios, o grande dilema é coordenar e separar atividades domésticas e profissionais no mesmo espaço – foi a resposta de 44%. Por outro lado, 42% colocaram a conexão caseira de internet como um problema. Para 40%, ruídos e interrupções domiciliares são outro obstáculo. Outros 38% admitiram dificuldades para controlar seus horários de começar e encerrar o expediente; 7% reclamaram das videoconferências em outros idiomas, enquanto 2% têm dúvidas sobre a vestimenta nessas reuniões virtuais.

Por outro lado, pesquisa intitulada “Impacto do home office no humor do brasileiro” aponta que 59% dos entrevistados que trabalham em casa estão mais irritados. Entre os que adotaram o modelo híbrido – parte em casa, parte no escritório – esse índice é superior e atinge 65% dos entrevistados. Ainda assim, na prática, mesmo com todos os desafios, o modelo tem representado diminuição do estresse. Entretanto, as pesquisadoras alertam que os índices de irritação são muito altos em ambos os casos.

Conduzido pela NOZ Pesquisa e Inteligência em parceria com o Instituto Bem do Estar, o mapeamento “Saúde da Mente & Pandemia” – realizado entre maio de 2020 e fevereiro de 2021 com 1.515 participantes (primeira etapa) e 1.050 (segunda etapa) – investigou o impacto do isolamento social no cotidiano do brasileiro. O levantamento avaliou questões como hábitos e rotinas; sentimentos e reações físicas; alimentação; e o impacto na libido de casados e solteiros.

O mesmo padrão foi observado em relação à insegurança: enquanto 53% dos brasileiros que estão em home office estão se sentindo mais inseguros, o percentual é de cerca de 63% para os estão no modelo híbrido – ou trabalhando apenas presencialmente. Esses índices apontam para o aumento da insegurança em relação ao contágio, principalmente, no momento que vivemos, no qual são registrados novos picos da doença.

Entre quem estava trabalhando no final de 2020 e no início de 2021, 56% dos entrevistados estavam atuando integralmente em home office. Na pesquisa Sociedade de Vidro, realizada em maio de 2020, 69% dos respondentes estavam trabalhando em home office. O percentual de pessoas que se sentem excessivamente preocupadas mais do que antes do início da pandemia é maior entre quem está deixando de ou nunca trabalhou em home office (o percentual é crescente).

Em geral, o aumento da dificuldade de concentração não se altera entre quem está em home office ou não, mantendo-se alta para todos; porém, cerca de 53% afirmaram que estão com mais dificuldade do que antes da pandemia. Entretanto, entre os que estavam retornando ao local de trabalho – trabalhando alguns dias da semana presencialmente e, em outros, trabalham em home-office – 68% sentiam-se com maior dificuldade de concentração.

 

Com informações da Agência Brasil

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